Sábado, 18 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 19 de março de 2019
A Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul aprovou a concessão da Medalha Mérito Farroupilha ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente da República, Jair Bolsonaro. Nas eleições do ano passado, ele foi o parlamentar mais votado da história do País (mais de 1,8 milhão de votos), conquistando um segundo mandato.
Protocolada em fevereiro no Legislativo gaúcho, a escolha do político paulista para a mais alta honraria proposição tem como autor o deputado estadual Ruy Irigaray, do mesmo partido. A entrega deve ocorrer no mês que vem. De acordo com Irigaray, a distinção é importante pela atuação de Eduardo Bolsonaro no Congresso Nacional.
“As suas pautas convergem com os interesses do País e do Rio Grande do Sul”, argumentou no requerimento. “O direito à defesa, com a posse e o porte de armas para produtores rurais, por exemplo, o agronegócio e o desenvolvimento vêm sendo defendidas por ele há anos.”
Questionamento
A deputada estadual Luciana Genro (PSOL) teve indeferido um recurso contra a aprovação da entrega da medalha do Mérito Farroupilha ao filho de Bolsonaro. Ela argumentava que a honraria precisa ser analisada no plenário da Assembleia Legislativa, e não apenas pela Mesa Diretora (que deve analisar ainda nesta semana o questionamento da parlamentar).
Luciana também alegava que esse é um caso excepcional, devido às manifestações do político paulista: “Além de defender o fechamento do STF [Supremo Tribunal Federal], Eduardo Bolsonaro é um defensor do torturador Brilhante Ustra, por isso vejo como inadmissível a concessão da mais alta honraria do parlamento gaúcho”.
Ao tomar conhecimento da negativa ao seu recurso, a deputada lamentou o fato em postagem no Twitter: “Infelizmente, o meu recurso para que a concessão de medalha ao Eduardo Bolsonaro fosse decidida pelo plenário foi indeferido pela Mesa. Este político que defende torturador e o fechamento do STF vai receber a mais alta honraria do Parlamento gaúcho. Um horror”.
Mais polêmica
No início de março, Eduardo Bolsonaro protagonizou uma polêmica envolvendo o Colégio Leonardo Da Vinci, de Porto Alegre. Ele utilizou a sua conta no Twitter para criticar um dos livros supostamente indicados para leitura pelos alunos do 3º ano do Ensino Médio na instituição.
A obra em questão é “Abaixo a Ditadura!”, escrita e ilustrada por Cláudio Martins – conforme sugere o título, o assunto é o período em que o Brasil viveu sob uma ditadura militar (1964-1985), regime que já mereceu diversos elogios de Jair Bolsonaro e de seus filhos.
Por meio de nota, no entanto, a escola desmentiu o fato: “O colégio Leonardo da Vinci, uma das instituições mais tradicionais e respeitadas do Rio Grande do Sul, vem a público comunicar que o livro ‘Abaixo a Ditadura’ nunca fez parte de suas listas pedagógicas ou bibliotecas internas.”
(Marcello Campos)