Segunda-feira, 20 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 3 de fevereiro de 2020
Em uma segunda-feira marcada pela troca de comando na Assembleia Legislativa e Tribunal de Justiça, no final da tarde a Ajuris (Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul) também empossou em Porto Alegre o seu novo presidente para o biênio 2020-2021: o juiz de Direito Orlando Faccini Neto, 43 anos. Eleito em dezembro, ele assume no lugar da desembargadora Vera Deboni.
Formado pela Faculdade de São Bernardo do Campo (SP) e mestre em Direito Público pela Unisinos (Universidade do Vale do Rio dos Sinos), Faccini é também doutor em Ciências Jurídico-Criminais pela Universidade de Lisboa (Portugal). Ingressou na magistratura em 2001, na cidade gaúcha de Jaguarão, e nos anos seguintes atuou nas comarcas de Carazinho, Passo Fundo e Porto Alegre, onde assumiu em 2016 a 1ª Vara do Júri.
Ele trabalhou, ainda, em Brasília, no gabinete do ministro Felix Fischer, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), chegando a colaborar em julgamentos de recursos no âmbito da Operação Lava-Jato. Na Ajuris, foi eleito duas vezes como integrante do Conselho Deliberativo e, na última gestão, ocupava a vice-presidência administrativa da entidade, função que agora será desempenhada por Cláudio Luis Martinewski.
Desabafo
Ao ser oficializado no cargo, ele fez um desabafo sobre a atuação da categoria: “Nos últimos anos, tenho assistido com doses de amargura o rebaixamento da autoestima da magistratura gaúcha. É preciso resgatar o orgulho e o prestígio. Somos juízes mas também agentes políticos, de modo que se nos afigura uma imposição a defesa da democracia, a refutação da intolerância, a atenção para com os direitos humanos e o fortalecimento da independência judicial”.
Também criticou a situação nacional e disse que a entidade não ficará de fora dos esforços e debates para um país melhor: “Confrontação de valores, polarização política, exaltação do preconceito, vilipêndio à liberdade de pensar, amplificados pelas redes sociais, eis o retrato de um Brasil que vem sendo tratado como uma nação do futuro… do pretérito. A Ajuris há de se imiscuir nessas discussões”.
(Marcello Campos)