Terça-feira, 18 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 9 de outubro de 2018
A bancada ruralista na Câmara perdeu nomes de peso para a próxima legislatura nas eleições desse domingo (7), como os deputados Nilson Leitão (PSDB-MT) e Adilson Sachetti (PRB-MT) que concorreram ao Senado, mas não foram eleitos.
A poderosa bancada do agronegócio, que tem hoje a participação ativa de ao menos 119 deputados federais, tentou em peso à reeleição neste ano. Do grupo, 77% dos parlamentares registraram candidaturas para o cargo de deputado federal, porém apenas 45% do total foi eleito, ou seja, 54 deputados.
Entre os que voltam à Casa no próximo ano, está a presidente da FPA (Frente Parlamentar Agropecuária), a deputada Tereza Cristina (DEM-MS). A parlamentar liderou o movimento da bancada em apoio ao candidato Jair Bolsonaro (PSL). O apoio do setor foi bastante disputado desde o início da campanha entre os candidatos ao Planalto do Palácio, devido à força da bancada que é uma das mais bem organizadas do Congresso.
A bancada se reúne para debater a MP 842/18, que renegocia dívidas do Pronaf e institui novo prazo de adesão ao Funrural e fazer uma análise sobre as eleições.
Bancada evangélica
Quase metade da bancada evangélica da Câmara dos Deputados foi reeleita e deve voltar à Casa na próxima legislatura. Dos 82 deputados ativos na bancada, 37 foram reeleitos como deputados federais, ou seja, 45%. É um dos menores índices de renovação das quatro principais bancadas suprapartidárias do Congresso – servidores, evangélicos, bala e agronegócio. Entre julho e agosto, a reportagem mostrou na série Os donos do Congresso como o lobby desses setores atua no dia a dia da Câmara dos Deputados. Dos 513 deputados hoje no País, 285 participam diretamente da defesa de demandas dos setores.
A bancada evangélica foi também a que proporcionalmente mais tentou a reeleição neste ano. De acordo com os registros de candidaturas, 84% dos 82 parlamentares que compõe esse grupo tentaram garantir um retorno ao mesmo cargo no próximo ano. Um dos que não concorreu ao cargo de deputado federal, foi o Cabo Daciolo (Patriota-RJ) que concorreu à Presidência da República.
Assim como a bancada da segurança, também chamada de “bancada da bala”, a dos evangélicos deve ganhar novos parlamentares, principalmente com a ascensão do PSL, de Jair Bolsonaro e a tendência é de crescimento do lobby. Para a próxima legislatura, um dos objetivos deste grupo é evitar mudanças em questões ligadas ao aborto e às drogas.
Oficialmente, há 182 integrantes em exercício na FPE (Frente Parlamentar Evangélica). No entanto, 105 deputados pertencem a outras religiões e entraram com suas assinaturas somente para viabilizar a criação da frente. Os 84 parlamentares representam 23 Estados, 21 legendas e 19 denominações evangélicas. O grupo, liderado na Câmara pelo deputado Hidekazu Takayama (PSC-PR), que não foi reeleito, oficializou apoio a Bolsonaro.