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Música A banda Skank anunciou sua separação após quase 30 anos de carreira

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Através do Instagram oficial, a banda anunciou que vai fazer a sua última turnê em 2020. (Foto: Divulgação)

A banda Skank anunciou, no domingo (3), que vai fazer uma “pausa” no final de 2020.

Em nota, a assessoria de imprensa da banda informou que “em meio a uma série de ondas aparentemente perfeitas, os músicos resolveram fazer uma pausa e irem para a praia testarem-se fora da única formação que conheceram desde que se juntaram para fazer um som em 1991”.

“Não teve briga nem nada que pesasse para uma decisão figadal. Somente um desejo por experimentação, por correr riscos e buscar outras formas de realização sem ser como Skank”, diz o comunicado.

“Não precisa nem de decadência, nem de guerra para terminar alguma coisa”, afirmou Samuel Rosa, cantor e guitarrista do Skank, no texto.

Em entrevista ao jornal “Folha de S.Paulo” publicada no domingo, Samuel Rosa, líder do quarteto mineiro, afirmou que “várias bandas já morreram, mas nem sabem disso e continuam existindo”.

“Eu poderia ser linchado pelos outros integrantes, mas se o Dinho [Ouro Preto, do Capital Inicial] e o Rogério [Flausino, do Jota Quest] estivessem na minha frente, eu sugeriria também para eles um voo solitário.”

Turnê de despedida

Em 2020, o grupo vai rodar o Brasil com a turnê “30 Anos”, classificada pelo vocalista como uma “turnê de despedida”. “Ainda tenho pretensão de voltar a tocar com o Skank. Vislumbro isso lá na frente. Só que de uma outra forma, em outra circunstância, em algum projeto pontual.”

Geração anos 1990

O anúncio do fim de atividades do Skank no próximo ano, divulgado por Samuel Rosa, é muito sintomático do esgotamento de força da geração roqueira dos anos 1990 no mercado musical. Seus principais nomes vivem agora uma realidade de desmembramento.

O Skank passa a fazer parte de bandas que, diante da dificuldade de vender discos e lotar shows, estão se desmanchando ou, pelo menos, perdendo integrantes e, com eles, também sua personalidade.

Samuel Rosa atuando sozinho é um pouco como ver e ouvir Marcelo Falcão sem O Rappa. Ou Raimundos sem Rodolfo. Marcelo D2 sem Planet Hemp, Max Cavalera sem Sepultura.

Em alguns casos, mesmo quando o grupo não acaba de vez, há uma espécie de rebaixamento da equipe em função da carreira solo de alguém. Exemplo perfeito é a trajetória recente do Pato Fu.

A banda mineira tem praticamente se dedicado ao projeto infantil “Música de Brinquedo”. O trabalho, digamos, adulto, está ofuscado pelos discos solo de Fernanda Takai, que vão de uma parceria com o guitarrista inglês Andy Summers, ex-Police, a um ótimo álbum gravado ao vivo em Inhotim.

Uma conferida nas paradas de sucesso dos anos 1990 vai exibir grupos que hoje estão encerrados, parados ou com suas formações deformadas: Raimundos, Planet Hemp, Pato Fu, O Rappa, Nação Zumbi, Charlie Brown Jr., Sepultura.

Se toda regra tem uma exceção, esta apresenta uma bem grande: Jota Quest, que mantém a formação original e ainda tem agenda cheia. Mesmo assim, enfrenta o esvaziamento das grandes arenas para o pop rock. Sertanejo, funk e sofrência não estão deixando espaço para ninguém.

Talvez o problema crucial dessa geração 90 seja a agenda de shows. Porque há tempos ninguém está vendendo disco, esse mercado acabou. Na venda digital, o público é jovem demais, tem muita oferta de música novíssima para dedicar algum tempo a uma pesquisa arqueológica sobre bandas de tiozão.

Nos últimos tempos, as apresentações ao vivo, mesmo redimensionadas para espaços menores, são a maior fonte de renda desses artistas que despontaram há 25 anos. Mas até isso está mudando.

Basta acompanhar os shows desses grupos numa cidade como São Paulo para perceber que as plateias não estão mais abarrotadas, nem em teatros de unidades do Sesc com pouco mais de 300 lugares.

O público original das bandas que apareceram nos anos 1990 está quarentão, alguns já na transição para os 50 anos. Período normalmente associado a intensa atividade profissional e tempo dedicado aos filhos. Então é compreensível uma grande preguiça na hora de sair de casa para ver um show.

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https://www.osul.com.br/a-banda-skank-anunciou-sua-separacao-apos-quase-30-anos-de-carreira/ A banda Skank anunciou sua separação após quase 30 anos de carreira 2019-11-04
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