Quinta-feira, 01 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 17 de janeiro de 2017
A poucos dias da posse de Donald Trump como novo presidente dos Estados Unidos, as atenções de Barack Obama, ainda titular do cargo, agora devem se voltar para o projeto que tratará de perpetuar seu legado.
Documentos e objetos referentes aos oito anos de mandato do democrata estão sendo transportados há meses para um depósito, mas a construção da biblioteca que levará o nome do primeiro presidente negro americano e que abrigará esses arquivos só ganhará impulso a partir de sua saída da Casa Branca.
Distante da Presidência, o habilidoso levantador de fundos Obama deve concentrar esforços em conseguir recursos para a obra, que, além da biblioteca, contará com museu e área para eventos.
E o primeiro ano após deixar o cargo, dizem especialistas, será crucial para esta empreitada.
Previsto para ser um espaço com tecnologia de ponta para entreter os visitantes, o prédio será erguido na região Sul de Chicago a um custo estimado pela imprensa americana em pelo menos US$ 500 milhões (R$ 1,6 bilhão), com alguns falando em até US$ 1 bilhão (R$ 3,2 bilhões).
Mas Obama não vai começar a campanha de arrecadação do zero. Discreta, a articulação para tocar o projeto da biblioteca presidencial começou ainda no início de seu segundo mandato.
Em janeiro de 2014 o presidente criou a Fundação Barack Obama, que passou a arrecadar fundos em seguida.
Mas em seus dois primeiros anos de existência, a fundação conseguiu levantar tímidos US$ 7,5 milhões – os valores doados em 2016 ainda não foram revelados. A expectativa é, no entanto, que essa quantia dispare no momento em que ele deixar a presidência.
Martin Nesbitt, diretor da fundação e amigo pessoal de Obama, explicou em julho passado que, enquanto o democrata estivesse no cargo, as doações teriam valores limitados e ficariam reduzidas a um “pequeno grupo de amigos e apoiadores de longa data do presidente”.
Embora ainda esteja no início da arrecadação, a Fundação Obama não tem escapado das críticas de organizações que pedem mais transparência na política americana.
Jantares e encontros que Obama e a esposa, Michelle, promoveram com potenciais doadores despertaram questionamentos sobre um possível conflito de interesses e trouxeram à tona o debate sobre a lei que permite com que as fundações presidenciais não revelem o nome de seus doadores nem as quantias doadas.