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Esporte A brasileira Rafaela Silva, campeã olímpica de judô, foi flagrada no exame antidoping

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Rafaela Silva diz que doping foi causado por filha de amiga. (Foto: Reprodução)

Flagrada em exame antidoping realizado durante os Jogos Pan-Americanos de Lima, em agosto, a judoca brasileira Rafaela Silva deu suas primeiras palavras sobre o caso. Na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), na Urca, na Zona Sul do Rio de Janeiro, em coletiva convocada pelo Instituto Reação, a atleta disse não ter feito o uso da substância de forma consciente.

“Nenhum atleta se prepara para um momento como esse. Estou aqui para dar a minha cara a tapa. Fiz os testes, estou limpa. É continuar treinando, competindo e provar minha inocência”.

Campeã olímpica, mundial e pan-americana, Rafaela Silva testou positivo para a substância proibida fenoterol, que tem efeito broncodilatador e costuma ser usado em tratamento de doenças respiratórias, como a asma. O teste antidoping foi realizado no dia em que ela competiu e foi ouro no Pan, 9 de agosto.

“Eu dei positivo. Estamos estudando e avaliando a possibilidade da substância ter chegado ao meu corpo. Estou aqui para falar. Quisemos antecipar, mas não podíamos falar antes da audiência. Não tenho nada a esconder. Não tomo remédio, bebida alcoólica. Sempre tive cuidado, não pego garrafa de ninguém. Sempre tive muito cuidado. Estou na mira, no alvo da Wada desde que cheguei à seleção de judô, em 2010. Justamente por não fazer esse tipo de coisa. Já sabia há um tempo, mas não tinha nada concreto”, comentou Rafa.

A suspeita dela, no entanto, é de que a contaminação possa ter acontecido a partir do contato recorrente com um bebê. Lara, de sete meses, é filha de outra judoca do Instituto Reação, Flávia Rodrigues, e faz uso de medicação contra asma. O contato com a criança teria acontecido 4 de agosto, cinco dias antes de ela testar positivo no Pan.

“Eu não faço uso dessa substância, não tenho asma, não tenho nada. Quando fiquei sabendo dessa notícia, fiquei pensando todos os dias o que eu tinha feito, o que podia ter acontecido. A única pessoa que fez uso dessa substância foi a Lara, que treina no Instituto Reação. Eu tenho mania de dar meu nariz para a criança chupar. Conforme ela vai chupando meu nariz, eu vou inalando as substâncias que ela manda para o meu corpo”, comentou Rafaela.

A campeã olímpica soube da confirmação do teste positivo na véspera de disputar o Mundial de Judô, no Japão. Ela ganhou a medalha de bronze e fez um novo exame antidoping, que deu negativo.

“Competi depois, fiz exame e deu negativo. Continuei competindo, deu negativo. Acho que a história que a gente tem para contar é que, como falei, sempre tive muito cuidado por não querer passar por isso. Criança no colo, sempre dou o nariz para as crianças chuparem, e eu descobri que uma das crianças que eu fiz isso faz uso dessa substância. Então, pode ser um dos motivos”, disse.

Como fica?

Advogado de Rafaela Silva, Bichara Neto confia na defesa que será feita diante do caso da judoca. O fenoterol não é uma substância proibida pela Wada, mas, sim, especificada. Ou seja: antes de qualquer suspensão, o atleta pode apresentar sua defesa em relação ao contato com a substância. Em 2016, às vésperas da Rio 2016, a nadadora Etiene Medeiros também foi flagrada no doping pelo uso da mesma substância. Na ocasião, ela acabou inocentada pelo STJD em primeira instância e competiu normalmente na Olimpíada. Na última quinta-feira, houve uma audiência com membros da organização dos Jogos Pan-Americanos. Na próxima semana, haverá uma definição se Rafa perderá o ouro conquistado em Lima.

“Tivemos uma audiência disciplinar com membros dos Jogos Pan-Americanos. Antecipamos essa defesa, a Rafaela não está suspensa. Como é uma substância especificada, a suspensão não é obrigatória. Ela está conseguindo mostrar uma versão que ela não teve culpa na contaminação”,  disse.

Como não está suspensa, Rafaela Silva seguirá treinando e competindo normalmente até o caso ser julgado pela Federação Internacional de Judô. Neste fim de semana, inclusive, ela viaja para competir um campeonato interclubes com o Instituto Reação. Rafa diz não ter pensado na hipótese de ficar fora dos Jogos Olímpicos de Tóquio, no ano que vem.

“Eu ainda tenho algumas competições, como o Bichara falou. Não estou suspensa. Tenho o Grand Slam de Brasília, Mundial Militar, em outubro. World Master, com os melhores da temporada. São competições importantes, valem a classificação olímpica. Eu tenho 27 anos. Se acontecer o pior, não vou falar para você que eu posso treinar para 2024 porque sabemos como o judô é. Não passou pela minha cabeça ainda (ficar fora da Olimpíada). Não tenho nada a esconder, vou continuar competindo e provar a minha inocência”, disse Rafa.

À frente do Instituto Reação, Flávio Canto disse que chegou a sugerir que Rafaela ficasse fora da competição com seu clube neste fim de semana. “Eu conversei com ela, porque eu sei que vai ter um monte de gente em cima dela agora. E ela falou: ‘Eu não devo nada a ninguém, vou lutar. Minha vida é essa. Estou dentro’”, afirmou o medalhista olímpico.

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