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Economia A Caixa pretende entrar no lucrativo segmento das empresas de aposta, mas Lula, em campanha contra as bets, hesita

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O presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Vieira, anunciou recentemente que o banco estatal iria lançar uma bet esportiva. (Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

O presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Vieira, anunciou recentemente que o banco estatal iria lançar uma bet esportiva, com a expectativa de gerar uma arrecadação anual de até R$ 2,5 bilhões. A tal bet da Caixa já havia até recebido a autorização de funcionamento do Ministério da Fazenda. Mas eis que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva mandou suspender o projeto.

O caso mostra como as bets, como são chamadas as onipresentes casas de apostas online, se tornaram uma batata quente para o governo. Primeiro, como se não fossem suficientemente claros os inúmeros problemas relacionados às bets, o governo se empenhou em aprová-las, de olho na promissora arrecadação de impostos. Depois, quando ficaram evidentes os efeitos danosos das bets, seja na saúde mental e financeira dos jogadores, seja pela avenida de oportunidades que esse negócio traz para o crime organizado, o presidente Lula passou a ameaçar as bets.

Agora, quando a Caixa Econômica Federal anuncia que pretende entrar nesse lucrativo negócio, Lula, aparentemente sem ter sido informado desses planos, mandou suspender tudo assim que soube. Não se conhecem exatamente as razões objetivas da ordem, mas pode-se especular que se trata de uma tentativa de reduzir os danos à imagem do governo, porque a incoerência é gritante: ou bem Lula considera que as bets são nocivas e devem ser restritas ao máximo, pagando impostos mais altos, ou entende que essas casas de aposta vieram mesmo para ficar e, nesse caso, que o governo aufira algum lucro com isso, por meio da bet da Caixa.

Não é de hoje que Lula se embanana com essa questão. Recorde-se, por exemplo, que o governo mandou restringir as apostas feitas por beneficiários do Bolsa Família, como se estes não fossem capazes de gerenciar suas contas. Ora, se o governo considera que brasileiros possam deixar de comer para apostar em bets, que as proíba. Uma vez que as liberou, não pode definir como os cidadãos se comportarão. É assim que funciona numa democracia liberal, como é supostamente a nossa.

Como Lula resolverá os dilemas acima expostos, é lá com ele. No que diz respeito ao País, é compreensível que a Caixa queira explorar o negócio, que está perfeitamente legalizado, a despeito de seus inúmeros problemas. E que o governo aguente o tranco da oposição, que não perdeu tempo. Na tribuna do Senado, Damares Alves (Republicanos-DF) afirmou que é inaceitável que a Caixa queira “explorar o vício e a vulnerabilidade econômica da população mais pobre”. Mas as críticas não vieram só à direita. À esquerda, houve quem dissesse, nas redes sociais, que oferecer bet na Caixa seria o mesmo que o Ministério da Saúde alertar sobre os efeitos prejudiciais do cigarro e ainda assim vender maços por aí.

Ou seja, enquanto uma ala do governo diz elaborar ações para aumentar a fiscalização e o controle sobre as bets e assim reduzir os danos causados pela jogatina, uma outra pretende usar a credibilidade da Caixa Econômica Federal e sua longa relação com a população, sobretudo a mais vulnerável em razão dos inúmeros serviços de assistência social realizados pela instituição, para transformá-la numa espécie de casa de apostas oficial. (Opinião/O Estado de S. Paulo)

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