Quinta-feira, 15 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 9 de setembro de 2019
Em meio às comemorações dos seus 246 anos, a Câmara Municipal de Porto Alegre anunciou a reforma do Teatro Glênio Peres, obra que custará R$ 580 mil do orçamento do Legislativo. Segundo a presidente da Casa, vereadora Mônical Leal (PP), a classe artística será ouvida durante o processo, inclusive no que se refere a questões técnicas.
“Este é o momento de o Parlamento investir mais em sua parte estrutural”, frisou ela. “O Teatro Glênio Peres é um espaço cultural privilegiado da cidade.” O prédio do Legislativo municipal foi inaugurado em 1986 e a sala de espetáculos foi disponibilizada quatro anos mais tarde.
Ao apresentar a proposta de reforma, o engenheiro Rogério Baú reiterou a importância da consulta aos integrantes da classe cultural: “A obra civil é objetiva, mas, em se tratando de teatro, há questões muito específicas que precisam ser observadas, tais como a acústica e a iluminação”.
Ele estima que a licitação do projeto da reforma seja concluída até o final de dezembro, mas frisou que a fase de planejamento é importante para que a execução seja realizada em obediência a normas técnicas exigíveis para espetáculos teatrais, bem como questões de acessibilidade e segurança. Já a conclusão dos trabalhos esta prevista para o segundo semestre do ano que vem.
“Queremos tornar o Teatro mais moderno”, declarou. “Com a defasagem tecnológica e de desempenho do nosso equipamento cultural, urge definir ações de melhoramento dos principais quesitos funcionais do teatro relativos à operacionalização de espetáculos, tais como sonorização, iluminação, acústica, infraestrutura cênica e conforto dos espectadores.”
O espaço
Com área total de 220 metros quadrados, o Teatro tem o seu nome em homenagem ao jornalista e político Glênio Peres (1933-1988), vereador em quatro legislaturas (três pelo MDB e uma pelo PDT) e vice-prefeito da capital de 1985 a 1988 durante a gestão de de Alceu Collares.
Atualmente, são 76 cadeiras fixas e capacidade para acomodar 90 pessoas se colocados assentos-extras. O projeto prevê investimentos nas seguintes melhorias:
– Requalificação da infraestrutura cênica (palco, coxia, camarins, estar, depósitos);
– Sistema de sonorização; sistema de iluminação;
– Adaptação às exigências de segurança e emergência;
– Adequação às normas de acessibilidade;
– Ssubstituição dos revestimentos das paredes e do piso (tratamento acústico).
História
O Teatro Glênio Peres já teve outros nomes e configurações, como “Salão Glênio Peres”, antigo “Salão Nobre da Câmara Municipal”, (criado por uma resolução de 1990 e utilizado para as reuniões da Mesa Diretora e Lideranças) em espaço cultural nobre do Legislativo, passando a ser denominado Sala de Espetáculos Glênio Peres.
Desde sua criação, o espaço sofreu adaptações em sua estrutura para atender a função cultural. Os problemas apontados para transformação do espaço em teatro foram solucionados ao longo do tempo. Em 1993, a Direção Geral da Câmara determinou a aquisição de cadeiras e, no ano seguinte, a sonorização do espaço. Em 2001, a Mesa Diretora alterou a denominação do espaço, que passou a se chamar Teatro Glênio Peres.
Nesse período, a Câmara Municipal efetuou adaptações do espaço para realizar a atividade teatral, mas havia um sério obstáculo a ser vencido, a instalação de iluminação cênica. Foi elaborado, então, um projeto de iluminação cênica para o Auditório Glênio Peres e, em 2004, ao final do processo de licitação, foram instalados os equipamentos.
Entre 2002 e 2017, o espaço adquiriu identidade própria e foi intensamente usado por vereadores e comunidade cultural, tendo havido cerca de mil cedências para uso neste período. Nestes 15 anos, também houve evolução da tecnologia de iluminação, e os equipamentos instalados sofreram processo de depreciação.
Em 2013, a Mesa Diretora da Câmara instituiu a Mostra de Artes Cênicas e Música do Teatro Glênio Peres, profissionalizando o uso do espaço. No ano seguinte, com a primeira edição da Mostra, o Teatro passou a contar com programação anual de shows de música, teatro, dança e circo, o que gerou novas exigências de iluminação e sonorização.
Com projetos mais sofisticados, a programação qualificou o teatro, mas passou a enfrentar o problema da obsolescência dos recursos técnicos, principalmente iluminação e sonorização, o que gerou a necessidade da atual administração da Câmara debater e elaborar um projeto de nova reforma.
(Marcello Campos)