Sábado, 22 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 19 de junho de 2020
A China descobriu que os setores de comércio de carne e frutos do mar no mercado atacadista de alimentos de Pequim estão “severamente contaminados com o novo coronavírus” e suspeita que a baixa temperatura e a alta umidade da região possam estar contribuindo, disseram autoridades na quinta-feira (18).
O relatório preliminar é apresentado enquanto a capital do país enfrenta o ressurgimento dos casos Covid-19 na semana passada, ligados ao enorme centro de alimentos Xinfadi, que abriga armazéns e salas de comércio em uma área do tamanho de quase 160 campos de futebol.
O último surto infectou mais de 100 pessoas e levantou temores de contágio mais amplo na China.
Entre os pacientes que trabalham no mercado de Xinfadi, a maioria serve em barracas de frutos do mar, seguidos pela seção de carnes. Segundo Wu Zunyou, epidemiologista chefe do Centro Chinês de Doenças Controle e Prevenção, pacientes oriundos desse comércio apresentaram sintomas mais cedo que outros.
Baixas temperaturas favoráveis à sobrevivência viral e alta umidade podem ser possíveis explicações para os mercados de frutos do mar serem uma fonte de surtos com base em uma avaliação preliminar, disse Wu, alertando que mais investigações são necessárias.
A China interrompeu as importações de fornecedores europeus de salmão nesta semana, em meio a temores de que possam estar ligados ao recente surto em Pequim.
As autoridades de saúde também alertaram contra a ingestão de salmão cru depois que o vírus foi descoberto em tábuas usadas para o salmão importado, embora a origem do surto não seja conhecida.
Os baixos padrões de higiene nos mercados atacadistas de alimentos e as vulnerabilidades em sua cadeia de fornecimento de alimentos precisam ser urgentemente abordados, afirmou nesta semana uma das principais entidades do Partido Comunista no poder.
Vacina
Uma candidata a vacina contra coronavírus que a China está desenvolvendo pode não ficar pronta para ser vendida antes de 2021, já que os pesquisadores estão tendo dificuldade para passar para testes de larga escala com humanos devido à falta de infecções novas, disse um executivo veterano de uma empresa.
Os cientistas estão se apressando para encontrar uma proteção para o novo coronavírus, que já matou mais de 450 mil pessoas. Mais de 10 vacinas experimentais estão sendo testadas em humanos em todo o mundo.
Mas nenhuma delas já passou dos testes avançados de fase 3, que exigem milhares de participantes para determinar a eficiência de uma candidata a vacina.
A China, onde o vírus surgiu no ano passado, teve relatos de menos de 10 casos novos diários em média em maio, o que a torna menos favorável para um teste clínico avançado. As informações são da agência de notícias Reuters.