Terça-feira, 27 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 26 de maio de 2025
Bolsonaro resiste e defende que Michelle seja candidata a senadora pelo Distrito Federal.
Foto: Clauber Cleber Caetano/PRIntegrantes do Centrão, o grupo político que domina o Congresso Nacional, têm feito uma comparação inusitada quando conversam sobre o futuro de Michelle Bolsonaro. Muitos deles veem semelhança na ascensão da ex-primeira-dama no cenário eleitoral brasileiro com a trajetória de Cristina Kirchner na Argentina, apesar de representarem grupos tão distintos na política.
As diferenças são óbvias: Michelle é de direita e Cristina, de esquerda. A ex-primeira-dama é casada com Jair Bolsonaro, enquanto a ex-presidente do país vizinho é aliada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
No entanto, o que chama a atenção de políticos em Brasília são dois fatores que as aproximam. Um deles é que Cristina, assim como Michelle, também foi primeira-dama. Ela era casada com Nestor Kirchner, que presidiu a Argentina de 2003 a 2007. O outro é que a peronista foi senadora antes de despontar como candidata a presidente – justamente o cargo mais provável para Michelle disputar em 2026.
Cristina também foi vice-presidente de Alberto Fernández. E, nos últimos dias, o Centrão tem apostado que Michelle poderia concorrer como vice de Tarcísio de Freitas (Republicanos) no ano que vem contra a chapa liderada por Lula.
O assunto circulou em rodas de conversas em dois jantares concorridos em Brasília, na última semana. Nenhum político, contudo, correrá o risco de comparar Michelle a Cristina em público ou mesmo em trocas de mensagens. Ninguém quer desagradar à ex-primeira-dama após ela determinar a demissão de Fábio Wajngarten da assessoria de Bolsonaro por uma troca mensagens em que ele dizia preferir Lula a ela na presidência.
O presidente nacional do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, disse que caberá apenas a Jair Bolsonaro definir sobre uma eventual candidatura de Michelle Bolsonaro em 2026.
Com a chance remota de Bolsonaro reverter sua inelegibilidade, a ex-primeira-dama tem sido citada por dirigentes da direita como o nome com mais potencial eleitoral para a disputa presidencial.
Nos bastidores, no entanto, Bolsonaro resiste e defende que ela seja candidata a senadora pelo Distrito Federal. Para ele, Michelle ainda precisa de experiência política para uma disputa ao Palácio do Planalto.
Nas últimas semanas, dirigentes de centro-direita defendem que Bolsonaro escolha um substituto até dezembro deste ano. O ex-presidente, no entanto, já deu mostras de que só tomará uma decisão em 2026.
A demora preocupa a centro-direita, que avalia que, uma decisão na véspera, inviabiliza o nome de Tarcísio de Freitas (Republicanos) e aumenta as chances de que um dos filhos de Bolsonaro seja candidato.
O entorno do governador de São Paulo afirma que hoje ele é candidato à reeleição. E que, apenas uma decisão tomada neste ano, com o amparo de Bolsonaro, permitiria uma eventual candidatura presidencial de Tarcísio. A estratégia de Bolsonaro é semelhante à de Lula em 2018. Na época, preso, Lula registrou sua candidatura, mesmo sabendo que seria impugnada. O gesto é um aceno político para reforçar o discurso de perseguição jurídica. Com informações dos portais de notícias CNN Brasil e Estadão Conteúdo.