Esporte A Confederação Brasileira de Futebol leva uma lista de pedidos à Fifa; entenda o que pretende a entidade
Por Redação O Sul | 25 de setembro de 2018
Na reta final do mandato tampão do Coronel Nunes, o presidente eleito da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Rogério Caboclo, teve uma reunião com o presidente da Fifa, Gianni Infantino, no domingo. Além de estreitar relações com o mandatário do futebol mundial, Caboclo colocou sobre a mesa uma série de demandas identificadas no futebol brasileiro e também no âmbito sul-americano. A tentativa é desatar alguns nós criados por movimentos estratégicos adotados pela Uefa nos últimos tempos e também tentar destravar temas aos quais a própria CBF, indiretamente, causou estagnação.
Amistosos
Depois da Copa do Mundo, a seleção enfrentou Estados Unidos e El Salvador. Enquanto o Brasil fazia partidas sem relevância, as principais seleções europeias deram o pontapé inicial na Liga das Nações. A competição foi criada para ocupar as datas Fifa que antes serviam para amistosos. A questão é que, ao fechar o círculo para que europeus enfrentem europeus, as opções de adversários para as outras seleções fora do continente caem em um terço, já que há pelo menos uma equipe de folga por rodada da Liga das Nações. A situação traz preocupação para Conmebol e, por consequência, para a CBF. Caboclo discutiu com Infantino a busca por alternativas para evitar os efeitos desse isolamento dos europeus, forçando os principais países sul-americanos a jogaram contra seleções muito mais fracas.
Liberação de Sub-20
Com o Sul-Americano sub-20 às portas – será em janeiro –, a CBF se depara mais uma vez com a dificuldade de assegurar a liberação de jogadores para a competição, que é classificatória para o Mundial, mas não acontece em data Fifa. Rogério Caboclo levou ao presidente Infantino a proposta de que a Fifa estabeleça obrigatoriedade de liberação por parte dos clubes para competições sub-20, desde que o atleta em questão já tenha contrato profissional. Como é exportador de jogadores, o Brasil tem muitos bons nomes em ligas do exterior. Em outra frente, a CBF segue negociando com os clubes para saber com quem pode contar no Sul-Americano.
Licença de treinadores
Esse é um pleito dos treinadores. Os cursos oferecidos pela CBF não são reconhecidos em território europeu, o que limita a entrada de técnicos brasileiros no principal mercado do planeta. Caboclo reforçou o pedido à Infantino para que a Fifa aprove a certificação da CBF como válida para o território mundial. O assunto será discutido pelo Conselho da Fifa. A Uefa tem um curso próprio para treinadores e é exigente em relação ao tema.
Janela única
O futuro presidente da CBF se posicionou contra a ideia que tramita na Fifa de estabelecer um único período de transferências internacionais de jogadores. Na perspectiva do Brasil, isso seria prejudicial, já que a temporada em território nacional começa em janeiro, quando os campeonatos europeus estão na metade, e nessa época não seria possível montar elenco com reforços de fora do país. Ao mesmo tempo, com a janela única, haveria um êxodo muito maior de atletas brasileiros na metade do Brasileirão, o que descaracterizaria os times. A restrição também poderia causar impacto nas finanças dos clubes que dependem da venda de jogadores.
Legado da Copa
Por causa da participação de dirigentes da CBF, como José Maria Marin, no escândalo de corrupção que chacoalhou o futebol mundial, a Fifa interrompeu o repasse de recursos à entidade brasileira – hoje, já retomado – e também congelou o projeto do fundo de legado da Copa de 2014. As partes já entraram em acordo a respeito da gestão da verba de US$ 100 milhões (sem levar em conta os descontos de impostos). Só que o projeto ainda não se concretizou e, por isso, Rogério Caboclo intercedeu junto a Infantino para que esse nó seja desatado de vez. O presidente da Fifa, inclusive, disse que planeja vir ao Brasil em 2019.
