Quinta-feira, 06 de março de 2025
Por Redação O Sul | 8 de novembro de 2024
Bolsonaro ouviu do recém-eleito presidente americano que quer vê-lo em sua posse.
Foto: ReproduçãoJair Bolsonaro conversou com Donald Trump momentos após a contagem dos votos apontar a vitória como novo presidente dos Estados Unidos. Pelo telefone de Eduardo Bolsonaro, que intermediou o diálogo, já que Bolsonaro não fala inglês, o ex-presidente do Brasil ouviu do recém-eleito presidente americano que quer vê-lo em sua posse, em 20 de janeiro, no Capitólio, em Washington DC.
No rápido diálogo, Bolsonaro respondeu de pronto que estará lá, sem mencionar os obstáculos que terá de enfrentar no Supremo Tribunal Federal (STF) para conseguir, de fato, viajar aos EUA. Bolsonaro depende da autorização do ministro Alexandre de Moraes para poder viajar, já que seu passaporte foi apreendido em fevereiro em meio às investigações de uma trama golpista para impedir a posse de Lula em 2022.
Se Alexandre de Moraes liberar a ida de Bolsonaro, o ex-presidente e seus familiares devem ser um dos poucos brasileiros presentes, já que os Estados Unidos não recebem missões estrangeiras, chefes de estados, ministros ou enviados especiais para a posse do presidente.
Entenda
O passaporte de Bolsonaro foi confiscado em fevereiro, durante a Operação Tempus Veritatis, que investiga a existência de uma organização criminosa responsável por atuar em tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito depois das eleições de 2022.
Para recuperar o documento, a defesa deve pedi-lo ao STF, o que já foi tentado — e negado — em outras oportunidades. Em março, o ex-presidente pediu o documento para viajar a Israel, onde visitaria o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu. Moraes argumentou que, como a investigação ainda está em curso, seria “absolutamente prematuro” flexibilizar a restrição.
O pedido foi feito no mesmo dia que o em que o jornal The New Tork Times revelou que o ex-presidente havia passado duas noites na Embaixada da Hungria em Brasília logo após a operação da Polícia Federal que confiscou os documentos, o que levantou suspeitas de que ele poderia buscar asilo político para evitar uma eventual prisão.
O último pedido ao STF foi em 20 de outubro. Na petição, a defesa argumentou que “não foi apresentado nenhum indício que justificasse a alegação de risco de fuga” e que a proibição de se ausentar do país é “desprovida de fundamentação idônea, concreta, específica e individualizada”.
Moraes negou, afirmando que a retenção do documento continua necessária porque o desenrolar dos fatos já demonstrou a possibilidade de tentativa de fuga. Para o ministro, a Polícia Federal apresentou “provas robustas de que os investigados concorreram para o processo de planejamento e execução de um golpe de Estado, que não se consumou por circunstâncias alheias às suas vontades”.
O mesmo julgamento manteve a proibição de contato entre o ex-presidente e outros investigados. A posição do magistrado foi corroborada pelos colegas da Primeira Turma, responsável pela avaliação dos recursos sobre o assunto na Corte. As informações são do portal de notícias O Globo.