Terça-feira, 21 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 2 de outubro de 2018
A Coreia do Norte rejeitou nesta terça-feira (02) renunciar às armas nucleares em troca de uma declaração formal dos Estados Unidos para pôr fim à guerra com a Coreia do Sul, acrescentando que um tratado de paz não pode ser “um elemento de barganha”.
Durante décadas, Pyongyang pediu aos Estados Unidos que pusessem fim à Guerra da Coreia (1950-1953) contida por meio de um armistício, mas não com um tratado de paz. A Coreia do Norte acredita que o fim da guerra contribuiria para reduzir as tensões na península. Nesta terça-feira, a agência oficial de notícias KCNA destacou que alguns especialistas americanos cogitaram uma possível troca entre uma declaração que ponha fim à guerra e a desnuclearização.
“O fim da guerra não é um presente que uma pessoa dá à outra. E não pode ser um elemento de barganha para obter a desnuclearização da RPDC [República Popular e Democrática da Coreia]”, afirma a KCNA. A agência informou que o governo está disposto a tomar “medidas como o desarmamento eterno” de seu arsenal nuclear, “se os Estados Unidos tomarem medidas correspondentes”. Não deu detalhes do que seriam essas medidas.
Desde o início deste ano, a península é palco de um notável degelo. Já houve três cúpulas intercoreanas e uma histórica reunião, em junho, entre o ditador norte-coreano Kim Jong-un e o presidente americano Donald Trump. Por enquanto, o processo não deu praticamente nenhum resultado no que se refere à desnuclearização.
Trump
Donald Trump afirmou que ele e Kim Jong-un se “apaixonaram” e que a relação é estimulada pelas “cartas bonitas” que recebe o líder asiático.
Trump elevou no sábado (29) os elogios recentes a Kim a patamares inesperados, durante um comício na Virgínia Ocidental em apoio aos candidatos locais do Partido Republicano. “E então nos apaixonamos, OK? Não, realmente. Ele me escreveu cartas bonitas e elas são ótimas cartas. Nós nos apaixonamos”, disse Trump à multidão.
O presidente americano chamou de “fantástico”, durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, o homem forte da Coreia do Norte, acusado pela ONU (Organização das Nações Unidas) e vários países de abusos generalizados contra os direitos humanos. No ano passado, na mesma plataforma, Trump havia feito duras críticas a Kim Jong-un.
Trump prosseguiu seu discurso com a informação de que na quarta-feira recebeu uma “carta extraordinária” de Kim e se mostrou otimista sobre um eventual segundo encontro de cúpula entre os dois líderes “bastante rápido”.
O presidente americano ameaçou no ano passado, em seu discurso de estreia na Assembleia Geral da ONU, “destruir totalmente” a Coreia do Norte, chamando Kim de “homem foguete”. O ditador norte-coreano respondeu e chamou Trump de “americano velho mentalmente perturbado”. Esses foram apenas alguns dos insultos que os líderes dos dois países com armas nucleares trocaram por alguns meses, uma situação que deixou o mundo em clima de grande tensão.