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Por Redação O Sul | 25 de agosto de 2019
A Coreia do Sul iniciou neste domingo (25) dois dias de exercícios militares para ensaiar a defesa de uma série de ilhas disputadas na costa leste contra um improvável ataque do Japão, o que alimenta as tensões entre os dois vizinhos.
Há poucos dias, Seul encerrou um programa de cooperação de inteligência militar com Tóquio, em meio a disputas comerciais e diplomáticas. Navios de guerra e aeronaves participarão dos exercícios, disseram as forças navais sul-coreanas em uma mensagem de texto, sem fornecer mais detalhes.
O ensaio – rebatizado de “treinamento de defesa do território do Mar do Leste” – consolidará a determinação militar de defender as ilhas Dokdo e a área ao redor do Mar do Japão, disseram as forças navais.
O Japão criticou esses exercícios como “absolutamente inaceitáveis” e exigiu “firmemente” sua suspensão. O Ministério das Relações Exteriores japonês disse em comunicado que o exercício é “extremamente lamentável” e anunciou que fez uma queixa contra Seul por meio de canais diplomáticos.
A Coreia do Sul iniciou esses exercícios em 1986 e desde então os realiza duas vezes por ano – geralmente em junho e dezembro – apesar da improbabilidade do Japão atacar. Este ano, os exercícios foram atrasados devido à tensão com o Japão. Seul controla estas ilhotas rochosas do Mar do Japão desde 1945, quando a ocupação japonesa da península coreana terminou, depois de 35 anos.
Tóquio também reivindica as ilhas e acusa a Coreia do Sul de ocupá-las ilegalmente. Ambas as nações são economias de mercado, democracias e aliadas dos Estados Unidos, e ambas estão ameaçadas pela Coreia do Norte.
Mas os dois vizinhos estão envolvidos em disputas comerciais e diplomáticas há semanas, quando um tribunal sul-coreano ordenou que empresas do Japão indenizassem os sul-coreanos que foram forçados a trabalhar em suas fábricas durante a ocupação japonesa até o final da Segunda Guerra Mundial.
Em julho, o Japão impôs novas restrições à exportação de bens que são fundamentais para as empresas de tecnologia sul-coreanas, o que desencadeou uma série de medidas de represália que levaram os dois países a retirar a outra parte de suas respectivas listas de parceiros comerciais confiáveis.
Coreia do Norte
A Coreia do Norte disparou no sábado (24) em direção ao mar o que pareciam ser dois mísseis balísticos de curto alcance, depois de prometer seguir sendo a maior “ameaça” aos Estados Unidos e chamar de “toxina” o secretário de Estado americano Mike Pompeo.
Este foi o último episódio de uma série de lançamentos de mísseis de curto alcance realizada pelo país, dotado de armas atômicas, nas últimas semanas, em protesto contra os exercícios militares conjuntos entre os Estados Unidos e a Coreia do Sul, que Pyongyang considera um ensaio para a invasão de seu território. A última sessão de treinamento foi concluída na terça-feira (20).