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Brasil Advogado vai contestar o caminho da suposta propina da empreiteira Odebrecht para o presidente Michel Temer

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Temer foi denunciado pelos crimes de obstrução da Justiça e organização criminosa. (Foto: Divulgação)

O advogado Rodrigo Tacla Duran, que trabalhou para a Odebrecht até 2016, usará em sua defesa na Operação Lava-Jato o registro de uma troca de e-mails indicando que uma conta bancária sua no exterior que teria sido usada pela empreiteira para pagar propina ao presidente Michel Temer estava fechada no ano da transação mencionada pela PGR (Procuradoria-Geral da República). Temer foi denunciado por organização criminosa e obstrução da Justiça.

Duran é acusado pela Lava-Jato de lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa. Ele tentou, sem sucesso, um acordo de delação premiada. Da Espanha, país onde tem cidadania, ele dispara acusações contra a Odebrecht, o juiz Sérgio Moro e a força-tarefa do Ministério Público. Moro pediu sua prisão, mas a Espanha se recusou a extraditá-lo. O advogado agora é considerado foragido da Justiça.

A denúncia contra o presidente Temer contém uma perícia do material apreendido no departamento de propinas da Odebrecht. O laudo concluiu que, entre 2011 e 2012, houve repasses que somaram US$ 19,8 milhões para Temer, o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e o ex-ministro Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).

O dinheiro, diz o laudo, foi repassado via empresas offshores (constituídas em paraísos fiscais) que tinham conta no Meinl Bank, em Antígua, banco comprado pela Odebrecht. Segundo a denúncia, em 2011 e 2012 as empresas Innovation, Klienfeld, Magna e Trident fizeram repasses que somaram US$ 11,55 milhões e depois US$ 8,25 milhões em uma conta da GVTEL, empresa de Duran. A perícia diz que a conta da GVTEL também estava no Meinl Bank.

Para tentar derrubar a tese da Procuradoria, Duran vai usar em sua defesa uma troca de e-mails entre ele e Vinícius Borin, administrador do banco, em que eles combinam o encerramento da conta da GVTEL no Meinl Bank, ainda em 2010.

A primeira mensagem é enviada por Borin (vinicius@meinlbank.com.ag) para Duran (gvtel_corp@gvtelnet.com) em 29 de outubro de 2010. “Dr. a conta da GVTEL já tem 30 dias que está aberta sem movimento. As contas com mais de 30 dias sem movimentação temos que encerrar por política do banco. Você pretende utilizar a conta nos próximos dias?”, pergunta Borin.

Duran responde no dia primeiro de novembro. “Não pretendo utilizar a conta da GVTEL. Como você sabe havia aberto a conta para realizar investimentos próprios, entretanto, por questões fiscais, locais da Espanha, prefiro evitar neste momento movimentar uma conta em nome da empresa espanhola em país considerado paraíso fiscal”, diz. No dia seguinte, Borin pede que ele formalize o pedido de encerramento e em 3 de novembro Duran envia para Borin a mensagem “OK, segue anexo assinada”.

Comprovantes

Os procuradores anexaram na denúncia comprovantes das operações feitas pelas quatro offshores que depositaram para a GVTEL. Os atestados apontam que os repasses para a empresa de Duran foram feitos por transferência interna, o que fez o perito concluir que a conta da firma do advogado estava localizada no Meinl Bank.

Os documentos bancários informam as datas das transferências, o valor de cada operação, os números das contas das offshores, mas não o número da conta GVTEL, identificada só pelo nome. A Procuradoria-Geral da República disse, em nota, que não vai se manifestar neste momento em relação a esse caso “uma vez que a ação penal depende da apreciação da Câmara e do Supremo, a depender da decisão dos deputados”.

A Odebrecht disse, também em nota, que com os depoimentos de 77 executivos e ex-executivos fez um dos mais amplos, detalhados e comprovados relatos de casos de corrupção envolvendo empresas, autoridades e agentes públicos no Brasil e em vários países.

A empresa diz que continua colaborando com as investigações de forma definitiva, prestando todos os esclarecimentos necessários às autoridades. “A empresa está comprometida em combater e não tolerar mais qualquer forma de corrupção, e também está decidida a atuar sempre com ética, integridade e transparência, valores consagrados e respeitados pela sociedade.”

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https://www.osul.com.br/a-defesa-do-presidente-michel-temer-vai-contestar-rota-de-suposta-propina-da-empreiteira-odebrecht/ Advogado vai contestar o caminho da suposta propina da empreiteira Odebrecht para o presidente Michel Temer 2017-10-05
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