Quinta-feira, 05 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 3 de junho de 2025
A deputada Carla Zambelli (PL-SP) disse nessa terça-feira (3) que deixou o Brasil e que pedirá licença do mandato. A viagem acontece 20 dias após ela ser condenada, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a 10 anos de prisão pela invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e falsidade ideológica.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) entrou com pedido de prisão da deputada após o anúncio de que ela deixou o Brasil.
De acordo com a Justiça, Zambelli contratou o hacker Walter Delgatti Neto para invadir o sistema do CNJ e inserir documentos falsos, incluindo um mandado de prisão forjado contra o ministro do Supremo Alexandre de Moraes. A condenação inclui perda do mandato e multa por danos morais coletivos.
Zambelli também é alvo de outros inquéritos e ações penais no STF e na Justiça Eleitoral. As acusações envolvem desde porte ilegal de arma até articulação para disseminar fake news e tentativa de golpe. Parte das investigações corre sob sigilo.
— Veja quais são os inquéritos e ações dos quais Zambelli é alvo:
* Ataque hacker aos sistemas do CNJ
Zambelli e o hacker Walter Delgatti foram condenados pela Primeira Turma do STJ pela invasão aos sistemas do CNJ. Os ministros entenderam que a deputada e Delgatti cometeram os crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica. A pena imposta é de 10 anos de prisão para a deputada.
* Porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal
A deputada também é ré em uma ação penal no STF por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal.
O caso se refere ao episódio de outubro de 2022, quando ela sacou uma arma e perseguiu pelas ruas de São Paulo um apoiador de Lula (PT), então candidato à presidência.
Em março de 2025, seis ministros votaram por sua condenação a 5 anos e 3 meses de prisão, além da cassação do mandato, mas o julgamento foi interrompido após pedido de vista do ministro Nunes Marques.
* Inquéritos sigilosos no STF
Zambelli também é investigada em dois inquéritos sigilosos no STF. Um deles, é o chamado “inquérito das fake news”, que apura a disseminação de notícias falsas e ataques a ministros do Supremo.
O outro, o inquérito das milícias digitais, investiga a suposta participação da deputada em articulações golpistas após o resultado das eleições de 2022.
* Justiça Eleitoral
Na Justiça Eleitoral, a deputada foi condenada por uso indevido dos meios de comunicação e abuso de poder político nas eleições de 2022.
O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) determinou a cassação do mandato e a inelegibilidade por oito anos. O caso está em fase de recurso no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).