Segunda-feira, 05 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 16 de março de 2021
Em um depoimento dado ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados nesta terça-feira (16), por videoconferência, a deputada federal Flordelis (PSD-RJ) disse ser inocente e, chorando, negou ter mandado matar seu marido, o pastor Anderson do Carmo, em 2019.
Ela alegou que não pode ser julgada e condenada antes que todo o processo seja concluído. Segundo Flordelis, a mandante do assassinato foi sua filha Simone. “Eu não sabia o que estava acontecendo dentro da minha casa. Eu não sabia que o meu marido estava assediando a minha filha. Eu não sabia”, disse Flordelis. “Minha filha foi a mandante. Mas eu não compactuo com isso. Não matar. Ela tinha os caminhos de denúncia.”
Chorando, a parlamentar pediu para ser olhada “como ser humano, como mulher, como mãe”. “Eu não mandei mantar meu marido. Eu não participei de nenhum ato de conspiração contra o homem que foi meu companheiro por mais de 20 anos. Mais que meu marido, ele era meu amigo. Nós viajávamos juntos, nós éramos inseparáveis”, acrescentou.
Flordelis é acusada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro de ser a mandante do assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo, em junho de 2019, em Niterói (RJ). Em sua defesa, a deputada afirma que existe erro na conclusão das investigações e alega que não pode ser julgada e condenada antes que todo o processo seja concluído. O casal havia conquistado notoriedade por ter criado 55 filhos, a grande maioria adotada.
O deputado Alexandre Leite (DEM-SP), relator de processo contra Flordelis no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara, apresentou nesta terça-feira (16) seu plano de trabalho para o caso. O relator procederá às diligências por até 40 dias úteis contados da apresentação da defesa da parlamentar, o que ocorreu na segunda-feira (15).
Leite negou o pedido da defesa para declarar inadmitida a representação contra a parlamentar. Flordelis responde a processo por quebra de decoro parlamentar. A defesa alegou que Flordelis não poderia ser julgada e condenada pelo colegiado antes de todo o processo ser concluído. Um dos pontos levantados pela defesa é o fato de a filha biológica da deputada, Simone dos Santos, ter admitido que entregou dinheiro para sua irmã, Marzy Teixeira, matar Anderson do Carmo.
Alexandre Leite rejeitou o pedido argumentando que processos elaborados pela Mesa Diretora não precisam passar pela fase de admissibilidade no Conselho de Ética. A representação contra Flordelis foi elaborada pela Mesa Diretora da Casa em outubro do ano passado.
O Conselho de Ética voltará a se reunir nesta quarta-feira (17) para analisar a proposta de atualização de seu regulamento, que também tem como relator Alexandre Leite.
O texto, apresentado por Alexandre Leite, propõe diversas alterações na definição das situações em que a representação será considerada inepta ou carente de justa causa e daquelas em que as notificações poderão ser feitas por meio eletrônico, por exemplo.
O novo texto cria ainda a possibilidade de o deputado que for alvo de processo apresentar alegações finais após o encerramento da fase de instrução probatória. As informações são da Agência Câmara de Notícias.