Segunda-feira, 10 de novembro de 2025

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Economia A diferença no bolso: isenção do Imposto de Renda libera até 28 bilhões de reais para o consumo da classe média em 2026

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Dada a elevada concentração de renda em termos regionais, a maioria dos beneficiados pela nova faixa de isenção está no Sudeste, com destaque para São Paulo. (Foto: ABr)

A aprovação no Congresso da proposta do governo que aumenta a faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil por mês e reduz a tributação de salários de até R$ 7.350 dará um alívio considerável ao bolso de contribuintes de classe média, impulsionando o consumo e, por esta via, o crescimento econômico.

Segundo estimativas de economistas, a medida enviada pelo Senado à sanção do presidente Lula na semana passada — com alíquota mínima de 10% para rendas acima de R$ 50 mil mensais como compensação fiscal — pode injetar de R$ 20 bilhões a R$ 28 bilhões na economia em 2026, quando entra em vigor.

Embora, na narrativa do Planalto, o objetivo seja beneficiar “os mais pobres” com maior contribuição dos “mais ricos” — Lula disse, em outubro, que não se pode dizer que quem ganha R$ 5 mil é de “classe média” —, a base já não paga IR. A atual faixa de isenção vai até R$ 3.036, equivalente a dois salários mínimos. Um cruzamento de dados socioeconômicos da população deixa claro que a reformulação foca no meio da pirâmide, mostra estudo da Tendências Consultoria.

Dada a elevada concentração de renda em termos regionais, a maioria dos beneficiados pela nova faixa de isenção está no Sudeste, com destaque para São Paulo. Predominam homens, pessoas brancas, empregados formalizados no setor privado e com escolaridade mais elevada, características típicas de classe de média.

Do total de brasileiros hoje na faixa de renda entre o atual e o novo limite de isenção (R$ 3.036 e R$ 5 mil), que deixarão de ter IR descontado no contracheque em janeiro, 51% são do Sudeste. No Norte e no Nordeste, estão 5,7% e 13,4%, respectivamente. As duas regiões com mais pessoas de baixa renda no país são pouco afetadas pela reforma, diz o estudo.

As mudanças vão favorecer mais pessoas brancas porque a participação delas nas faixas de renda beneficiadas é maior que na população em geral. Em termos de escolaridade, 56,3% dos que estão no no grupo com renda de R$ 5 mil a R$ 7.350 mensais — e que terão descontos no IR — têm ensino superior completo.

— Essas pessoas estão longe de serem pobres — afirma Thiago Xavier, consultor da Tendências e coautor do estudo, ao lado de Giuliana Folego.

Ainda que a isenção atinja classes de maior poder de consumo em relação à renda média nacional do trabalho (R$ 3.507, segundo o IBGE), é um perfil ainda distante dos mais ricos no país e que não costuma ter muito dinheiro sobrando. Mesmo assim, ressaltam pesquisadores, é difícil projetar o quanto do que sobrar no bolso dos beneficiados pela mudança será gasto no comércio, em restaurantes, lazer ou viagens no ano que vem.

As mudanças no Imposto de Renda (IR) têm amplo apoio na população e ocorrem num cenário econômico complexo, que combina juros elevados esfriando a atividade, incômodo com endividamento e inadimplência com um cenário em que o mercado de trabalho segue positivo.

As projeções da Tendências sugerem que o alívio no IR não será capaz de melhorar a confiança dos consumidores a ponto de criar um ciclo virtuoso de consumo, observa Thiago Xavier. Para o consultor, o cenário é atípico porque combina políticas pró-consumo — além do novo IR, há o programa Gás do Povo, que barateia o gás de botijão para famílias de baixa renda, e a ampliação da tarifa social da conta de luz — com uma política de juros elevados e desemprego baixo.

Há ainda o risco de que as políticas pró-consumo pressionem a inflação, levando o Banco Central (BC) a manter os juros altos por mais tempo.

No lado da percepção, 79% dos brasileiros aptos a votar em 2026, quando Lula deve concorrer à reeleição, são a favor da mudança no IR, segundo a pesquisa de aprovação do governo em outubro da Quaest em parceria com a Genial Investimentos. Segundo Felipe Nunes, diretor da Quaest, tamanha aprovação é “rara em política econômica”. Além disso, os eleitores acham que a medida melhorará sua situação financeira, ainda que prevaleça a percepção de que será “uma melhora pequena” (49%), em vez de “uma melhora importante” (41%), Nunes chama a atenção para a soma de 90% dos entrevistados:

— Se a eleição fosse hoje, certamente haveria um reflexo forte na votação de Lula. (Com informações do portal O Globo)

 

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