Domingo, 04 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 30 de setembro de 2018
O governo espanhol divulgou as declarações de bens patrimoniais de mais de mil altos funcionários, inclusive 38 ministros atuais e passados, como parte de uma iniciativa para aumentar a transparência e recuperar a credibilidade em Madri.
O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, 46 anos, tomou posse em junho, depois de vencer uma moção de confiança no Parlamento, que destronou Mariano Rajoy, depois de um tribunal ter aplicado sentenças a ex-membros do Partido Popular, envolvidos em um escândalo de corrupção.
A divulgação dos rendimentos de responsáveis políticos, publicada no Boletim Oficial do Estado, inclui todos aqueles que assumiram funções no governo nos últimos quatro anos e abrange propriedades e posições financeiras, assim com outro tipo de ativos, tanto membros do atual governo socialista, quanto do anterior. A lista revela que três membros do gabinete do governo espanhol são milionários.
À frente está o chefe da pasta do Exterior, Josep Borrell, que declarou uma fortuna de 2,77 milhões de euros; seguido pela ministra da Educação, Isabel Celaa, com 1,62 milhão de euros, e o da Ciência e ex-astronauta Pedro Duque, com 1,5 milhão de euros em bens.
O premiê Sánchez, por sua vez, declarou um patrimônio de 343 mil euros e dívidas no valor de 192 mil euros, enquanto seu antecessor Rajoy conta entre os milionários, possuindo 1,54 milhão de euros em bens.
Crise de credibilidade
Celaa, que também é porta-voz governamental, saudou a medida já na sexta-feira: “Este governo está realmente avançando no caminho da transparência, que acredita ser a única forma de promover a democracia.”
Madri tem bons motivos para querer recuperar sua credibilidade. Enquanto Duque é acusado de ter deixado de pagar alguns impostos sobre suas duas casas (o que ele nega), a ministra da Justiça, Dolores Delgado, está na berlinda por ter se encontrado com um ex-chefe de polícia acusado de corrupção. O fato foi vazado para a mídia através de gravações secretas das conversas entre ambos.
Em junho, poucos dias depois de Sánchez assumir o governo, Màxim Huerta renunciou como ministro da Cultura e Esportes após revelações de que ele fora multado por sonegar 218 mil euros em impostos entre 2006 e 2008, quando era apresentador de televisão. Carmen Montón também renunciou à pasta da Saúde no início de setembro, após acusações de irregularidades na obtenção de seu título de máster.