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Brasil A ex-primeira-dama dona Marisa Letícia teria feito pedidos durante a obra no sítio de Atibaia, disse um funcionário da OAS

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Mulher de Lula faleceu em fevereiro de 2017, vítima de um AVC. (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Um encarregado de obras da OAS Empreendimentos afirmou ter recebido pedidos para reformas no sítio de Atibaia diretamente da ex-primeira-dama Marisa Letícia. Misael de Jesus Oliveira, que depôs na segunda-feira (18) como testemunha de defesa do empresário Léo Pinheiro, do grupo OAS, afirmou também ter recebido recado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por meio do caseiro do sítio, conhecido como Maradona.

Ele afirmou que trabalhou no local entre março e setembro de 2014, fez obras na cozinha e de impermeabilização no lago do sítio, e comprou material de construção em três lojas de Atibaia, todas pagas em espécie. Misael afirmou que, na empresa, disseram a ele e a outros três funcionários que eles trabalhariam no “sítio do presidente”, mas que não era para ninguém ficar sabendo – dentro ou fora da empresa.

Misael contou que foi orientado a não usar o uniforme ou o crachá, e nem mencionar que era funcionário da OAS. O encarregado afirmou que dona Marisa Letícia, já falecida, ia ao sítio às quartas-feiras e nos fins de semana, e que viu Lula na propriedade por duas vezes. Segundo o encarregado, quando a família ia para o sítio, ele e os outros três integrantes da equipe de reforma viajavam para a capital paulista e voltavam na segunda-feira.

Misael foi perguntado se recebeu pedidos de dona Marisa durante a fase de obras. “A primeira-dama me pediu diretamente, o ex-presidente não”, afirmou, acrescentando que dona Marisa pediu, por exemplo, orientações sobre como deveria ser feito o forro de uma churrasqueira.

Lula teria perguntado, por meio de Maradona, se eles iriam fazer a obra para estancar o vazamento do lago. Misael estimou em R$ 500 mil os valores gastos na obra do sítio, incluindo a mão de obra, e contou que chegou também a ser projetada a construção de uma capela para 12 pessoas, que ficou condicionada à eleição daquele ano (2014). “Pediram para deixar para depois da eleição, para ver se a presidente Dilma (Rousseff) ia ser reeleita”, afirmou.

Embora Dilma tenha sido reeleita, o projeto da capela não foi feito. O empregado da OAS disse que foi orientado a colocar na folha de pontos “sítio zp” durante parte do período em que estava trabalhando na propriedade de Atibaia. Foi a primeira vez que Misael falou sobre as obras no sítio de Atibaia, e a defesa de Lula fez várias perguntas.

Entre elas, se ele sabia o sobrenome dos outros três funcionários que trabalharam no sítio e se o sobrenome constava no crachá. Moro interferiu e acusou a defesa do ex-presidente de ser hostil à testemunha. “É hostil sempre que tem uma testemunha que é contrária à tese da defesa”, disse Moro, que considerou a pergunta impertinente e a indeferiu.

Misael disse que a obra do sítio de Atibaia foi a única onde a compra de material foi feita com dinheiro em espécie. Nas demais obras que fez, o departamento de compras da OAS que fazia as aquisições de material.

Ele afirmou que não conheceu Fernando Bittar, que aparece como um dos donos do sítio de Atibaia, e que o nome de Bittar foi mencionado uma única vez pelo caseiro Maradona. Misael contou que um carro entrou no sítio, ficou cerca de dois minutos e saiu. Ele perguntou a Maradona quem estava no veículo, e o caseiro teria dito que era Fernando Bittar, sem mais detalhes.

Lula é acusado de ter recebido propina da OAS e da Odebrecht na forma de obras no sítio de Atibaia. A defesa alega que o sítio pertencia à família Bittar, e que lhe foi emprestado. Nos depoimentos, as testemunhas de Lula têm afirmado que ele pretendia comprar a propriedade e que o sítio foi oferecido para uso da família. O ex-presidente não saberia das obras, que teriam sido feitas a pedido de dona Marisa Letícia, já falecida.

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