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Mundo A fabricante americana de pneus Goodyear encerrou suas operações na Venezuela, e o governo tomou a fábrica

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Funcionários da fábrica da Goodyear em Valencia, na Venezuela, dão de cara com a grade ao chegar para o trabalho e descobrir que ela foi fechada. (Foto: Reprodução)

A fabricante americana de pneus Goodyear anunciou o fim de suas operações na Venezuela, que vive grave crise econômica e de desabastecimento. Um dia depois, o governo assumiu o controle das instalações da empresa no país.

A Goodyear disse em comunicado pregado na entrada da fábrica localizada em Valencia, no norte do país, que foi forçada a interromper suas operações.

A companhia não explica os motivos, mas deixa claro que não é falta de dinheiro para pagar seus funcionários. Ela garantiu estar com os salários e pensões em dia, além de dispor de um montante “adicional extraordinário” que será desembolsado nos próximos dias.

A empresa dará ainda dez pneus para cada um dos trabalhadores de sua fábrica.

A decisão surpreendeu os operários, disse à imprensa o sindicalista Luis Lovera. “Um assessor externo da empresa colocou o papel. Foi uma surpresa porque até sexta-feira a fábrica estava trabalhando normalmente, nos níveis de produção que já mantinha há algum tempo.”

Atualmente, a fábrica alcançava apenas 20% da capacidade instalada de 10,5 mil pneus ao dia. “Produziam-se entre 1.500 e 1.900 unidades diárias”, disse o sindicalista.

Na terça-feira, o governo venezuelano anunciou na TV estatal que iniciou todos os procedimentos para “restaurar a operação e a produtividade da fábrica” da Goodyear.

Segundo o governo, a ocupação é uma “medida de proteção” para os 1.160 trabalhadores locais. O regime de Nicolás Maduro pediu ainda ao Ministério Público que inicie “uma investigação criminal contra os proprietários e administradores da empresa Goodyear de Venezuela para determinar sua responsabilidade neste ato de sabotagem e boicote”.

Em agosto passado, a fabricante de pneus Pirelli fechou sua fábrica no país por falta de matéria-prima, após 28 anos de operações.

A empresa anunciou em setembro passado a venda da fábrica e todas as suas atividades na Venezuela para uma aliança de empresários sul-americanos e da empresa Sommers International.

A decisão da Pirelli veio uma semana após a implementação de um plano de medidas econômicas pelo governo de Maduro, que elevou o salário mínimo em 3.400% e três meses depois decretou outro aumento de 150%.

A escassez de peças de reposição e pneus, combinada com preços altos, fez com que 90% da frota do transporte público ficasse parada, segundo sindicatos do setor. O governo alega que a paralisação é uma sabotagem.

Acusação

Maduro afirmou nesta semana que o assessor de Segurança Nacional dos EUA, John Bolton, comanda um plano para invadir a Venezuela e derrubar seu governo.

“Sr. John Bolton foi designado, mais uma vez, como o chefe de um plano para encher a Venezuela de violência e buscar uma intervenção militar”, disse Maduro em entrevista coletiva a jornalistas estrangeiros, sem dar mais detalhes ou evidências de tal plano.

Maduro afirmou que Bolton coordena o treinamento de mercenários em bases militares na Colômbia e nos EUA.

O presidente americano, Donald Trump, disse no ano passado que a “opção militar” não foi descartada para lidar com a crise venezuelana, o que alimentou as declarações de Maduro de que Washington planeja um golpe de Estado.

Bolton anunciou no mês passado as mais recentes sanções contra a Venezuela como parte da estratégia americana para combater o que chama de troica da tirania, composta ainda por Nicarágua e Cuba.

O ditador venezuelano criticou também o futuro vice-presidente brasileiro, general Hamilton Mourão, por “promover um golpe no país”, segundo o jornal venezuelano El Universal. Maduro faz referência a uma entrevista que Mourão concedeu ao jornal Valor Econômico no último dia 5 em que dizia que haveria um golpe dentro da Venezuela e que o Brasil lideraria as forças de paz da ONU que seriam enviadas para intervir nesse caso.

O ditador afirmou ainda que não vê interesse dos brasileiros em uma ação do tipo. “Entre o Brasil e a Venezuela tem de haver paz e cooperação. As forças militares do Brasil querem paz. Ninguém no Brasil quer que o governo recém-eleito de Jair Bolsonaro se meta em uma aventura militar contra o povo da Venezuela”, disse Maduro.

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