Segunda-feira, 27 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 9 de setembro de 2018
O presidente em exercício do PSL, Gustavo Bebianno, e o deputado estadual Flávio Bolsonaro, filho do candidato à Presidência Jair Bolsonaro, declararam que depois do atentado contra o presidenciável, na quinta-feira, a família pediu à PF (Polícia Federal) segurança para a mulher do candidato, Michelle. De acordo com Bebianno e Flávio, a corporação negou a solicitação em um primeiro momento por motivos burocráticos.
Em entrevista em frente ao Hospital Albert Einstein, onde Bolsonaro está internado para tratar do ferimento causado pela facada que tomou em Juiz de Fora (MG), Bebianno relatou à revista Veja que ligou à PF em Brasília e fez o pedido, mas uma diretora chamada Silvana negou. A diretora-executiva da corporação é a delegada Silvana Helena Vieira Borges.
“Temos enfrentado grandes dificuldades com a Polícia Federal, que alega, por causa da burocracia, a impossibilidade de oferecer segurança para a dona Michelle e sua filha de sete anos de idade”, disse o presidente do partido. “A PF está totalmente desconectada da realidade.”
Ainda de acordo com Bebianno, a PF barrou a solicitação porque, conforme uma resolução do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), somente os candidatos têm direito a proteção especial por agentes federais – e não suas famílias.
Diante da negativa, diz Bebianno, seis policiais militares do Rio de Janeiro “amigos da família” concordaram em vigiar a casa de Jair Bolsonaro, na Barra da Tijuca, zona oeste carioca. Ele diz que Michelle está “muito preocupada com a própria integridade física” e foi a São Paulo para acompanhar a internação do marido.
Flávio Bolsonaro, filho mais velho de Jair, declarou, também em frente ao Albert Einstein, que “a Polícia Federal precisa rever isso. No momento em que soubemos o que aconteceu, fomos tomando ciência, a primeira coisa que tinha de ser feita era dar essa atenção especial à família. Pelo menos para a esposa e para a filha dele”.
Reunião
A família de Jair Bolsonaro vai se reunir com o diretor da PF, Rogério Galloro, nesta segunda-feira. Os filhos Flávio e Eduardo vão a Brasília para o encontro.
Eduardo disse neste domingo a jornalistas que Galloro voltou de viagem aos Estados Unidos por conta do ataque sofrido por Bolsonaro na quinta-feira. “Vamos bater um papo para saber o que pode ser feito em relação à segurança”, disse Eduardo.
Ele ressaltou que seu pai “faz questão do contato com o povo” e, com isso, a segurança dele fica ainda mais difícil. Ao mesmo tempo, Eduardo ressaltou que seu pai está exposto a um nível de periculosidade muito maior agora, o que exige proteção redobrada. Eduardo disse que “não é conveniente” um atentado contra ele ou outro familiar de Bolsonaro. “Se você tirar o lado emocional e analisar racionalmente, é mais intenção de voto para o Jair Bolsonaro. Geraria mais comoção me matar, por exemplo.”
Bolsonaro tem segurança da Polícia Federal e de amigos policiais que fazem a proteção de forma gratuita, disse seu filho. O agressor sabia desse forte esquema de segurança, e mesmo assim tentou assassinar o militar, ressaltou Eduardo. “Você vê que não é algo racional.”