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Carlos Roberto Schwartsmann A farsa do “Mais Médicos”

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Em 2013, foi criado o programa “Mais Médicos”. (Foto: Reprodução)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editoriais de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

O governo nunca admitiu sua incapacidade de gerenciar o Sistema Nacional de Saúde. A municipalização foi o marco decisivo para a desorganização. O governo federal, que gerenciava todo o sistema, em 1990 estabeleceu um gerenciamento tripartite: caberia ao estado contribuir com 12% do seu orçamento e o município com 15%. Utopia pura!

Como nunca admitiu a falta de recursos, a má administração, as fraudes como agentes etiológicos do descalabro, acabaram elegendo os médicos como “bode expiatório”. Em 2013 criaram o programa “Mais Médicos” que tinha como objetivo ampliar o número de profissionais para suprir o déficit destes doutores.

Desde então 20.000 médicos cubanos vieram trabalhar no Brasil, através de um convênio com a OPAS (Organização Pan-americana da Saúde). A qualidade técnica dos cubanos era muito duvidosa e o Brasil, para aceitá-los, até abriu mão da revalidação do diploma. Entraram sem comprovação técnica!

O contrato inicial individual era 3.000 dólares por mês dos quais 400 eram repassados aos médicos e o resto era embolsado pelo governo cubano.
Após a extinção do programa, cerca de 500 cubanos desertores ficaram no Brasil e até hoje promovem ações coletivas alegando trabalho escravo e tráfico humano.

Acredita-se que o governo brasileiro pagou 6 bilhões de dólares a ditadura cubana e furou o embargo comercial e econômico imposto pelos EUA a ilha.
Ainda, com a ilusão de que faltam médicos, surgiu a brilhante ideia governamental de formar mais médicos criando novas faculdades de medicina.

Nos últimos 20 anos, o número de escolas médicas mais que triplicou. Passamos de 143, em 2004, para 448 em 2024. Até o final de 2025 o Brasil terá 635 mil médicos. Em números absolutos só estamos atrás da Índia que possui 1,4 bilhão de habitantes.

Vinte por cento das escolas médicas são públicas e 80% são privadas! Isto determinou uma orgia financeira e de facilidades, em busca de alunos de famílias que tem dinheiro para pagar as exorbitantes mensalidades. O cenário é desolador para a saúde nas próximas gerações.

Nós, médicos, sabemos que uma escola, um bom hospital é fundamental na formação de um profissional qualificado. Um bom médico se equivalente a dez médicos malformados. Um bom médico vive da clínica e utiliza os exames complementares para confirmar o diagnóstico! O mal formado desperdiça os recursos a toa priorizando indiscriminadamente os exames subsidiários a procura do diagnóstico.

A qualidade dos médicos hoje é tão assustadora que eles não sabem aplicar uma injeção na nádega, puncionar uma veia, suturar a pele, confeccionar uma tala gessada, retirar uma unha encravada com anestesia local!

Por favor, senhores governantes, acabem com esta farsa! Parem de fabricar médicos!

Carlos Roberto Schwartsmann – Médico e professor universitário

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editoriais de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

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