Segunda-feira, 21 de julho de 2025
Por Fabio L. Borges | 3 de junho de 2025
Às vezes, a felicidade se revela em pequenos momentos
Foto: DivulgaçãoEsta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Desde a infância, todos nós carregamos um único objetivo: sermos felizes. Para uma criança, a felicidade pode ser algo tão simples quanto um abraço apertado, uma pipoca quentinha ou um chocolate derretendo na boca. Esses pequenos momentos nos preenchem de alegria e fazem o mundo parecer perfeito.
Nessa fase mágica da vida, a felicidade é descomplicada e está ao alcance de nossas mãos, onde o choro se transforma em sorriso mediante um simples ato de carinho.
A complexidade da felicidade
No entanto, à medida em que crescemos e entramos na adolescência, essa busca pela felicidade se torna algo muito mais complexo. A ambição e a ansiedade começam a se manifestar, trazendo consigo sentimentos contraditórios. A ambição nos motiva a sonhar e alcançar novos horizontes, mas também pode se tornar nosso algoz.
Ela pode nos consumir, tirando-nos a leveza da infância e nos transformando em prisioneiros de nossas próprias expectativas e egoísmo. Na adolescência, os desejos mudam. Queremos carinho, afeto, amor e posses que nos tragam satisfação.
O período da ansiedade
A ansiedade é outro sentimento frequentemente presente nessa jornada. Muitas vezes, deixamos de curtir os pequenos momentos da vida por estarmos tão preocupados com o futuro ou com as expectativas alheias que deixamos passar em branco os melhores momentos de nossas vidas.
Imagine-se se preparando para um jantar especial ou uma festa tão aguardada; você fica tão focado em garantir que tudo esteja perfeito, desde a comida até os detalhes da decoração, que acaba por não aproveitar quase nada do momento presente.
A verdadeira felicidade
Quando nos tornamos adultos, as ambições se tornam maiores e as responsabilidades pesam sobre nossos ombros. Agora, há pessoas que dependem de nós para ter comida na mesa e um teto sobre suas cabeças. A felicidade, então, torna-se uma miragem em meio ao caos do cotidiano.
Às vezes, ela se revela em pequenos momentos: uma risada com amigos ou, simplesmente, no conforto de nossos lares, mas frequentemente parece estar cada dia mais distante…
Refletindo sobre a felicidade
Lembro-me do filme “Click”, estrelado por Adam Sandler, onde ele descobre que ao acelerar os momentos menos interessantes da vida acaba perdendo as melhores coisas. O filme traz uma mensagem poderosa: quantas vezes deixamos a vida passar em piloto automático?
Cada momento é único e não podemos voltar atrás. Imagine se você tivesse aquele controle remoto e usasse para vencer uma maratona? Ficaria feliz com a vitória? Lógico que sim, mas não seria a mesma felicidade de lembrar de cada trecho do percurso.
Conclusão
A verdadeira felicidade não está apenas em alcançar metas. Ela reside no caminho trilhado até lá, nas risadas compartilhadas durante as dificuldades, nas lágrimas derramadas em momentos desafiadores e nas pequenas vitórias que nos moldam.
Assim, concluo que talvez não haja um botão mágico para acelerar nossa busca pela felicidade. O valor está em viver cada etapa da jornada com intensidade, apreciando cada pequeno momento que compõe nossa história.
* Fabio L. Borges, jornalista e cronista gaúcho
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.