Técnicos do futuro governo, em uma das primeiras reuniões no Ministério da Fazenda, pedirão informações sobre os famosos cartões corporativos, também conhecidos como cartões explosivos. Surgiram em 2001 para facilitar o pagamento de despesas emergenciais de um grupo seleto do governo federal. A particularidade é que os dados ficam em sigilo. Em 2008, apareceram denúncias de má utilização e, na sequência, a confirmação de escândalos. Ao todo, são 150 cartões. Em 2017, os gastos chegaram a 50 milhões de reais. Falta revelar o valor parcial deste ano.
Onde gastavam
Há 10 anos, o Tribunal de Contas da União, ao conferir as despesas com os cartões, descobriu notas de cabeleireiros famosos, lojas de roupas com grifes, restaurantes caríssimos, boates, além de saques em dinheiro. Ficou tudo impune.
Indispensável
Nas democracias, a transparência é regra fundamental, porque a natureza pública das ações interessa a toda a população. O sigilo em despesas torna-se intolerável para quem sustenta a máquina. Cabe acrescentar que o artigo 37 da Constituição Federal, ao exigir a publicidade dos atos oficiais, não pode ser atropelado.
A pressão da opinião pública levará à modificação da cultura da leniência e da convivência com transgressões vergonhosas.
Nada a esconder
Os governos federal e estaduais terão a chance de inovar se derem transparência aos orçamentos que executam. Permitirá aos que abastecem os cofres públicos identificar a inércia e o desperdício.
É um direito a ser obtido sem demora.
O que falta para melhorar?
O placar eletrônico Impostômetro registrava, ontem à noite, 1 trilhão e 977 bilhões de reais. É o valor arrecadado em todo o país desde 1º de janeiro deste ano. Deveria ser o suficiente para atender de forma plena a área da saúde e permitir a educação pública exemplar. Estamos longe disso.
Falha imperdoável
Os resultados insuficientes do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica têm sido inversamente proporcionais ao crescimento da violência de alunos entre si e contra professores. Parece não ser politicamente correto que diretores chamem e orientem os familiares sobre comportamentos desvirtuados de seus filhos.
Onde vai terminar
A violência nas escolas não se resume a socos, pontapés e agressões verbais. Inclui-se também o descaso familiar com uma geração que, em breve, tomará conta do país.
Vê-se uma espécie de volta ao barbarismo e tendência de seguir a conhecida linha do quanto pior, melhor. Há um propósito claro na escolha.
Tucanos alçam voo
O governador eleito Eduardo Leite se reunirá às 11h de terça-feira, no Hotel Embaixador, com prefeitos, deputados eleitos e suplentes do PSDB.
Instrumento útil
Assessores da gestão Yeda Crusius vão sugerir que o futuro governador ressuscite o projeto de criação do Índice de Percepção dos Serviços Públicos. Apesar das tentativas, enfrentou barreiras.
Inegável
O governador eleito Ibaneis Rocha quer que o Distrito Federal ganhe a condição de zona livre comércio. Já existe em parte e se denomina livre comércio da influência.
Há 20 anos
A 3 de novembro de 1998, o presidente Fernando Henrique Cardoso apelou ao Congresso Nacional para que votasse a reforma da Previdência. Acentuou que “a possibilidade de andar mais depressa estava nas mãos do Congresso”, referindo-se à necessidade de conter o déficit público e baixar os juros. Disse ainda que “privilégio não é direito”. Não adiantou.
Para diminuir riscos
Conselho de políticos experientes sobre a época de transição de governo: é melhor ser rei do silêncio do que escravo das palavras.