Sábado, 19 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 3 de janeiro de 2021
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) anunciou que vai comprar vacinas do Instituto Serum, da Índia, para garantir a vacinação no Brasil. Serão adquiridas doses do imunizante com a tecnologia produzida pela AstraZeneca e pela Universidade de Oxford. A fundação reafirmou que a previsão para o pedido de registro da vacina é 15 de janeiro.
Os primeiros lotes com os insumos para a produção das doses também devem chegar ao país neste mês. No sábado (2), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já havia aprovado a importação de 2 milhões doses da vacina a pedido da Fiocruz. “O nosso registro já está sendo submetido com a perspectiva de entrega final de documentos até a data de meados de janeiro, de 15 de janeiro”, disse a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, em 30 de dezembro.
A previsão é que o primeiro lote com 1 milhão de doses seja entregue entre 8 e 12 de fevereiro. A vacina de Oxford, desenvolvida em parceria com a farmacêutica AstraZeneca, tem eficácia que variou entre 62% e 90% a depender da dosagem aplicada, segundo estudo publicado no início de dezembro na revista científica “Lancet”.
Dentre as principais vantagens desta vacina na comparação com outros imunizantes está o fato de ela ser mais barata e mais fácil de armazenar, o que também facilita a sua distribuição. Diferente da vacina Pfizer/BioNTech, por exemplo, ela não precisa ficar guardada a -70°C e pode ser mantida em temperaturas normais de refrigeração, de 2ºC a 8ºC.
Índia
A Índia autorizou no domingo (3) o uso emergencial de duas vacinas contra a Covid-19: a desenvolvida pela AstraZeneca e pela Universidade de Oxford e a Covaxin, produzida pela indiana Bharat Biotech, em colaboração com agências governamentais.
A aprovação representa um grande passo no controle da pandemia no segundo país do mundo com mais casos de infecções pelo coronavírus, atrás apenas dos Estados Unidos. O Reino Unido e a Argentina também já autorizaram o uso emergencial da vacina de Oxford que, na Índia, leva o nome de Covishield e é produzido pelo Instituto Serum.
O Serum prevê prevê fabricar 1 bilhão de doses da Covishield para vender a países pobres a preço de custo. Desse montante, contudo, foram produzidas até o momento entre 40 milhões e 50 milhões de doses. A Fundação Bill & Melinda Gates contribuíram com US$ 300 milhões para ampliar a capacidade de capacidade do instituto. A previsão do Serum é de elevar a produção para 100 milhões de doses por mês até fevereiro.
Os primeiros estudos clínicos com a Covaxin, também aprovada, mostraram que o imunizante não gera efeitos colaterais graves e produz anticorpos para a Covid-19. A aprovação dele ocorreu, entretanto, antes da conclusão da fase 3 de testes, considerada essencial para garantir a eficácia e o sucesso dos imunizantes, e foi criticada.
“A aprovação foi prematura e pode ser perigosa”, disse o parlamentar oposicionista e ex-ministro da Saúde Sashi Tharoor. Nas redes sociais, o primeiro-ministro Narendra Modi comemorou a aprovação como “um ponto de virada decisivo”.