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Por Redação O Sul | 1 de setembro de 2019
Às 15h deste sábado, em Porto Alegre, a Fundação Iberê Camargo, realiza uma visita guiada à recém-inaugurada exposição “Wesley Duke Lee – A Zona: A Vida e a Morte”, que destaca alguns dos principais trabalhos do artista plástico paulista falecido em 2010, aos 79 anos. A mostra tem curadoria de Ricardo Sardenberg e da historiadora Cacilda Teixeira da Costa. A atividade tem entrada franca.
Autora de uma profunda pesquisa sobre a obra do artista, ela publicou um livro – à venda na instituição – que se debruça sobre a vida e obra de Duke Lee, que enfrentou tabus como as relações entre cultura, política e sexualidade, além de propor um olhar diferenciado sobre a crítica.
“Pioneiro na pop art realizada no Brasil, ele realizou o primeiro happening [evento espontâneo de improvisação das artes visuais] e liderou a criação do movimento chamado ‘Realismo Mágico'”, ressalta o texto de divulgação. “Wesley sempre foi um entusiasta de movimentos, manifestos e arregimentações que, acreditava, impulsionam a história da arte, enriquecendo e influenciando o ambiente”, prossegue.
Ainda segundo a Fundação Iberê, o “Realismo Mágico” foi um bom pretexto para dar vazão a esse gosto. “O movimento jamais arregimentou artistas plásticos unidos por uma opção estética comum que necessitassem de líderes para embasá-la teoricamente, veicular ou defender suas propostas”, explica Cacilda. “Valeu como uma experiência que cumpriu o objetivo de fortalecer vínculos e abrir espaços.”
Quem for à instituição cultural localizada na avenida Padre Cacique poderá conhecer melhor as três fases simultâneas que marcaram a produção de Wesley Duke Lee. São 59 pinturas, desenhos e colagens, como a série inspirada na atriz norte-americana Jean Harlow, um dos ícones do cinema “hollywoodiano” da década de 1930.
A Fundação
Criada em 1995 com a missão de preservar, investigar e divulgar a obra do artista plástico gaúcho Iberê Camargo (1914-1994), a fundação que leva o seu nome também se propõe a estimular a reflexão sobre cultura e educação. Para isso, desenvolve programas. transdisciplinares e de fomento à própria produção artística.
A partir de 2017, a instituição passou por um intenso processo de reposicionamento institucional, com o objetivo de expandir sua atuação nas artes de forma a desenvolver uma programação mais diversificada, abrangente e democrática, a partir de um conjunto de programas públicos que busca dialogar com os variados campos do conhecimento, da filosofia à antropologia, da psicanálise à ciência política, entre tantas outras disciplinas.
Anualmente, são organizadas exposições, seminários, encontros com artistas e curadores, cursos, oficinas, entre outras atividades, que versam sobre a obra de Iberê Camargo e sobre temas ligados à arte moderna e contemporânea, articulando, além das artes visuais, as demais manifestações artísticas – como o cinema, a música, a arquitetura, o teatro e a literatura – e os mais diversos campos do conhecimento.
Já a atual sede da Fundação Iberê foi inaugurada em maio de 2008, em um prédio no bairro Cristal, próximo à orla do Guaíba e projetado pelo arquiteto português Álvaro Siza para abrigar o acervo e todas as demais atividades. As instalações contam com salas expositivas, átrio, reserva técnica, centro de documentação e pesquisa, ateliê de gravura e do programa educativo, auditório, loja, cafeteria, estacionamento e parque ambiental desenhado pela Fundação Gaia.
(Marcello Campos)