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A gigante chinesa Huawei apresenta sistema operacional próprio

Empresa quer ter seu próprio sistema caso seu acesso à tecnologia ocidental seja interrompido. (Foto: Divulgação)

A Huawei revelou um sistema operacional capaz de acionar telefones, computadores e dispositivos inteligentes, mas disse que prefere continuar usando Android e Windows, se puder. A companhia chinesa, que hoje é a segunda maior fabricante de smartphones do mundo, disse na sexta-feira (09) que quer ter opções caso seu acesso à tecnologia ocidental seja interrompido.

Em maio, o Google disse que teria de parar de licenciar para a Huawei seu sistema operacional para smartphones Android, para cumprir a proibição da Casa Branca de vender para a empresa chinesa.

Uma suspensão temporária da proibição, que permitiu que a Huawei continuasse usando o Android, expira no final deste mês. Sem uma licença, os telefones da Huawei não receberão atualizações de segurança nem poderão acessar a loja de aplicativos Google Play.

“Ainda queremos apoiar o ecossistema Google. Se, no final deste ano ou no próximo, ainda não pudermos usar o Android ou o Google, então teremos de usar nosso HarmonyOS”, disse Richard Yu, diretor do grupo de negócios de consumo da Huawei.

O HarmonyOS – conhecido como “Hongmeng” em chinês, referência ao estado amorfo anterior ao começo do mundo – será lançado inicialmente em aparelhos inteligentes, carros e dispositivos de realidade virtual.

A empresa informou que está considerando instalar o Harmony em seu telefone principal, o Mate 30, que deverá ser lançado ainda este ano. Quando perguntado se aplicativos como Gmail, Facebook e WhatsApp estariam disponíveis em seu sistema de código aberto, Yu disse: “Os principais aplicativos dos Estados Unidos podem ser facilmente transferidos com um trabalho muito pequeno, é muito fácil transferi-los”.

A Google disse ao governo Trump que, se for impedida de permitir atualizações em seu sistema operacional Android nos telefones Huawei, a gigante chinesa de tecnologia desenvolverá sua própria versão do software, que seria mais suscetível a hackers, principalmente na China.

“Depois que for usado em produtos reais, a Huawei será capaz de construir experiência, educar o mercado, desenvolvedores e consumidores e melhorar consistentemente o sistema operacional”, disse Jia Mo, analista da empresa de pesquisas de mercado Canalys. “À medida que o Harmony se desenvolve e amadurece, terá um impacto direto no Windows e no Android.”

É improvável que a Huawei cumpra sua meta anterior de se tornar a maior fabricante de smartphones do mundo em remessas, devido à guerra comercial EUA-China, mas ela está no rumo de manter o segundo lugar, disse Yu. Apesar de a Huawei estar na lista suja dos EUA, suas receitas aumentaram 23% no primeiro semestre do ano devido às fortes vendas domésticas.

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