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Brasil A greve dos caminhoneiros fez a economia brasileira desacelerar no segundo trimestre e frustrou a expectativa de crescimento

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(Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

A greve dos caminhoneiros frustrou a expectativa de aceleração do crescimento econômico no segundo trimestre. Antes da paralisação, os analistas eram unânimes ao apontar que haveria uma melhora da economia entre abril e junho na comparação com os três primeiros meses do ano. Agora, as projeções estão cada vez mais baixas e consolidam um cenário mais pessimista.

Com os efeitos do movimento de maio, as previsões para o PIB (Produto Interno Bruto) do segundo trimestre recuaram do patamar de 1% para em torno de 0,2% diante dos números mais recentes da economia. E há até quem projete uma retração da atividade no período. Nos três primeiros meses do ano, o Produto Interno Bruto avançou 0,4%, um resultado que foi considerado bastante fraco.

Os números do segundo trimestre ainda estão sendo divulgados. Os resultados de abril até surpreenderam positivamente e sinalizaram a possibilidade de a economia entrar em um caminho de crescimento mais robusto, mas os primeiros números de maio e junho mostram que a atividade foi bastante afetada pela greve e que a retomada deve ser mais lenta do que o esperado. A produção industrial de maio, por exemplo, recuou 10,9%. Foi a maior queda desde dezembro de 2008.

“A greve provocou uma grande desorganização do setor de transporte e em vários segmentos da economia”, afirmou o economista Luiz Castelli. “Além disso, houve um abalo na confiança de empresários e consumidores. Tudo isso se reflete em um impacto direto na economia.”

Junho é incógnita

Entre os economistas, a principal dúvida é como foi o desempenho da economia em junho. Por ora, só há indicadores antecedentes para avaliar o mês. A grande questão é se os resultados de junho conseguiram de alguma forma compensar os estragos da greve em maio.

“Uma parte do impacto até pode ser recuperada em junho e julho, mas há uma outra parte que não. Cadeias de produção do setor de suínos e frangos, por exemplo, foram fortemente abaladas”, disse a economista  Alessandra Ribeiro. Ela espera crescimento de 0,2% no segundo trimestre.

Confiança indica desaceleração

Os índices de confiança são um dos mais importantes indicadores antecedentes. Por ora, eles confirmam que, de fato, a retomada deve ser lenta e que os prejuízos não foram todos recuperados. Em junho, a confiança do consumidor medida pela FGV (Fundação Getulio Vargas) recuou 4,8 pontos, para 82,1 pontos, no menor nível desde agosto de 2017. A do empresário caiu 1,9 ponto, para 90,5, patamar mais baixo desde outubro de 2017.

Os indicadores de confiança conseguem dar uma previsibilidade do humor de empresários e consumidores. Se os índices revelam uma piora, é sinal de que empresários estão poucos dispostos a investir e os consumidores com menos vontade de gastar. “Houve uma contaminação da atividade econômica pelo canal da confiança”, destacou o economista Rodolfo Margato.

Uma simulação feita revela que a queda dos índices de confiança deve ter um impacto maior do que os estragos diretos na atividade. Ao todo, a greve dos caminhoneiros provocou um impacto de 0,7 ponto percentual no crescimento deste ano. Nessa conta, 0,3 ponto é resultado do impacto direto na atividade e 0,4 ponto é explicado pela queda da confiança.

Previsão para o ano em queda

Com a piora esperada na atividade do segundo trimestre e o abalo na confiança que deve se perpetuar ao longo do ano, as projeções para o PIB de 2018 também estão recuando. Hoje os economistas esperam um crescimento mais próximo de 1,5% em 2018. No início do ano, a expectativa era de alta de quase 3%.

“Mais do que o tamanho do evento, houve uma percepção da fraqueza do governo e de que ele pode ficar suscetível a esse tipo de movimento”, apontou Alessandra. “Todo esse quadro e a incerteza eleitoral dificultam a retomada da confiança.”

tags: Brasil

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https://www.osul.com.br/a-greve-dos-caminhoneiros-fez-a-economia-brasileira-desacelerar-no-segundo-trimestre-e-frustrou-a-expectativa-de-crescimento/ A greve dos caminhoneiros fez a economia brasileira desacelerar no segundo trimestre e frustrou a expectativa de crescimento 2018-07-08
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