Terça-feira, 29 de abril de 2025
Por Carlos Roberto Schwartsmann | 24 de abril de 2025
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
A morte do querido Papa Francisco nos induz a reflexões sobre a vida e a morte.
No meu cotidiano de ortopedista, na última consulta antes da cirurgia, pergunto ao paciente: “Certamente o senhor sabe o pior desfecho que poderá acontecer na sua cirurgia?!”
“O senhor não sabe?! É a morte, é a nossa principal complicação!”
“Mas doutor a tecnologia e a medicina estão tão evoluídas!!”
É verdade, mas mesmo assim, aviões caem e pacientes morrem. Os doentes podem morrer por choque anafilático, sangramento, embolia pulmonar etc. Até da anestesia!
Frequentemente escuto: “Doutor estou velho, cansado e com muita dor! Se Deus me levar será um presente.”
Respondo: “Será uma dádiva para o senhor, mas não para nós. O senhor irá para o paraíso e neste cenário quem ficará com a dor e o sofrimento somos nós: os médicos, familiares e amigos.”
“Portanto fique mais um pouco entre nós!”
O Papa Francisco foi para o céu, mas cumpriu sua missão com louvor e reconhecimento.
Deixou para nós a tristeza e a desolação.
Deixou um exemplo de bondade, simplicidade e humildade. Beijou crianças! Beijou pés e beijou o chão! Usou vestimentas simples. Abandonou os adornos papais. Combateu as desigualdades sociais.
Descanse em paz, “Franciscus”!
Nós médicos sabemos que a vida e a morte caminham juntas.
Entretanto, a morte de um idoso não nos choca tanto quanto a morte de um jovem.
Diariamente ouvimos notícias de mortes por overdose, acidentes de carro, suicídio, infarto do miocárdio etc.
São pessoas hígidas que no minuto seguinte perdem a vida. É o golpe do destino!
Os velhos por serem mais experientes enfrentam a morte com mais naturalidade, seriedade e sabedoria.
Eles sabem que na vida o mais importante é deixar o exemplo. Um legado a família, aos amigos e aos discípulos.
Um velho aforisma expressa bem esta condição humana.
“A morte é a única certeza que temos na vida.”
Carlos Roberto Schwartsmann – Médico e professor universitário
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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