Sábado, 10 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 20 de fevereiro de 2021
A farmacêutica americana Johnson & Johnson disse que encaminhou dados à Organização Mundial da Saúde (OMS) solicitando a inclusão de sua vacina contra a covid-19 em uma lista de uso emergencial. A medida permitiria um acesso mais amplo da comunidade internacional à vacina de dose única, cujos resultados de eficácia global de 66% foram apresentados no fim de janeiro, através da Covax Facility, iniciativa liderada pela OMS que visa universalizar os imunizantes contra o coronavírus.
A J&J, que desenvolveu sua fórmula em parceria com sua subsidiária belga Janssen, disse que a inclusão em uma lista de uso emergencial é um pré-requisito para o suprimento de vacinas para a Covax.
Em dezembro, a companhia fechou um acordo de apoio à coalizão. A empresa disse que os dados entregues à OMS incluem resultados do teste de estágio avançado.
A vacina da J&J é administrada em uma única dose e pode ser armazenada à temperatura de geladeiras normais, uma grande vantagem competitiva em países com uma infraestrutura de saúde relativamente mais fraca frente às demais concorrentes, que dependem de um regime de duas dosagens, e de imunizantes que precisam ser mantidas a temperaturas muito baixas, como o da Pfizer/BioNTech.
A vacina, desenvolvida a partir da tecnologia de vetor viral, que usa um adenovírus (vírus de resfriado comum) encontrado em humanos, está sendo analisada pela Food and Drug Administration (FDA), a reguladora dos Estados Unidos, e uma comissão de especialistas desta entidade deve debater a autorização de uso emergencial da vacina na semana que vem.
A fórmula está sendo aplicada em profissionais de saúde na África do Sul, sua primeira utilização fora de um grande teste clínico.
Além de ter se mostrado 66% eficaz na prevenção da covid-19 em um grande teste global de estágio avançado, incluindo testes no Brasil, ela também se mostrou capaz de proteger contra múltiplas variantes do coronavírus.
Reunião
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), afirmou que vai ser reunir de forma virtual com representantes da Pfizer e da Johnson & Johnson nesta segunda-feira (22), para que possa fazer uma ponte entre as empresas e o governo para poder obter mais vacinas contra a covid-19.
Segundo Pacheco, o entrave é uma cláusula nos contratos das duas vacinas em que as empresas não se responsabilizam por eventuais efeitos negativos dos imunizantes e a União não quer assumir esse risco. Diante disso, Pacheco disse que o Senado tem uma proposta para que União assuma essa responsabilidade, sem que haja repercussão jurídica, em referência à emenda do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) à Medida Provisória das Vacinas.