Quarta-feira, 22 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 10 de março de 2020
Ronaldinho Gaúcho e seu irmão Roberto de Assis, que estão presos desde sexta-feira, não conseguiram reverter a prisão preventiva em prisão domiciliar, após audiência na manhã desta terça-feira. Eles seguirão no Agrupación Especializada da Polícia Nacional, em Assunção. Apenas seus advogados estiveram na audiência com o juiz Gustavo Amarilla que alegou falta de documentos necessários sobre a propriedade proposta como garantia e o perigo de fuga. O magistrado lembrou ainda que para este tipo de crime, uso de documentação falsificada, a pena pode ser de pelo menos 5 anos de prisão.
A defesa, que conta com sete advogados, pedia a prisão domiciliar e ofereceu como fiança um imóvel no valor de U$ 800, em Lambaré, mesmo local onde cumpriria prisão domiciliar. O juiz atendeu à contra-argumentação do Ministério Público, que considerou o valor do imóvel baixo para impedir risco de fuga.
— Esse valor não é suficiente perto do que o senhor Ronaldinho faturou no último ano. Esse valor seria, pelos dois, muito baixo. Entendemos que não há garantias para conceder a domiciliar — afirmou promotor Marcelo Pecci.
Em entrevista coletiva concedida nesta terça, o promotor Marcelo Pecci, do Ministério Público do Paraguai, contou que o MP já haviam se posicionado contra a mudança.
Enquanto isso, a empresária Dalia López, apontada como uma das responsáveis por trazer Ronaldinho ao Paraguai, ainda não se entregou à polícia, apesar da ordem de prisão emitida pelo Ministério Público no último sábado. A defesa de Dalia afirma que ela pretende se apresentar, mas negocia garantias.
Ronaldinho e Assis foram presos pelo uso de documentos falsos ao entrarem no país. Iinicialmente eles foram inocentados, mas viram o caso ter uma reviravolta na sexta-feira, quando tiveram a prisão preventiva solicitada. Eles haviam comprado bilhetes para deixar o Paraguai no sábado.
Liberdade
Em entrevista ao canal C9N nesta segunda-feira (9), o ministro do Interior do Paraguai, Euclides Acevedo, disse que Sergio Moro, ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro especulou, durante telefonema, se o ex-jogador Ronaldinho Gaúcho, e o irmão, Assis, poderiam ser libertados.
“Falo seguidamente com o ministro Moro, temos muitos convênios. Ele me escreveu no sábado (7) e perguntou sobre a situação de Ronaldinho. Quis saber se ele e Assis poderiam ser libertados, e respondi que não depende de mim. (Moro) também perguntou se estão em um local seguro, e respondi que sim. Ele não gostou da prisão de Ronaldinho”, disse Acevedo.
Nos dias 26 e 27 de março, Sérgio Moro estará no Paraguai para ministrar uma palestra e participar de reuniões sobre segurança pública e cooperação penitenciária. Nesta terça-feira (9), a Justiça paraguaia negou pela segunda vez um pedido para que Ronaldinho e o irmão passassem e cumprir prisão preventiva em regime domiciliar.
Os advogados apresentaram um imóvel de um terceiro no valor de US$ 800 mil como garantia para que o juiz Gustavo Amarilla aceitasse a prisão domiciliar, mas ele considerou insuficiente. Ambos estão detidos desde a noite de sexta-feira na penitenciária Agrupação Especializada da Polícia Nacional, em Assunção, suspeitos de utilização de passaportes falsos para entrar no país e lá devem permanecer.