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Colunistas A lógica dos infelizes

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(Foto: Freepik)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editoriais de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Com a proximidade das festas de final de ano, confraternizações de formaturas de escolas e eventos como amigo secreto, me vem sempre à mente uma situação de angústia e aflição para alguns.

Estes eventos são pródigos em produzir de forma desnecessária amargas e sofridas lembranças para uma parcela de personagens destes eventos.

Os que são momentaneamente desafortunados.

Nos colégios é comum festas de final de ano, com a participação dos pais que surgem de surpresa, carregando balões, presentes, sorrisos e abraços.

Comemoram a conclusão do ano letivo com o simbolismo do “último dia do filho ser buscado no colégio” e tudo o mais. É só alegria e muito emocionante !!

Para todos ? Não !

Para os que estão momentaneamente infelizes este momento é um passeio no inferno.

Os “sem mães”, os filhos de pais ausentes , doentes, ou indiferentes ou seja lá o qual for o drama de sua dura realidade.

…Mas e todos os demais ??

ou seja, aqueles que os pais estavam presentes.

Eles não tem culpa!

Sim, realmente, os felizes não são culpados da infelicidade de dois ou três infelizes.

A culpa não seria a palavra adequada , mas se houvesse de quem seria a culpa ?

Simplesmente porque não há como julgar os motivos das ausências.

De qualquer sorte, jovens passam por estes constrangimentos , normalmente são ainda crianças que não sabem lidar com a situação de infelicidade.

Algumas crianças ou adolescentes, passam por períodos de infelicidade pela ausência, falta e ou abandono momentâneo, circunstancial ou permanente de um adulto com laços de sangue ou de afeto.

Para os felizes, são 2 ou 3 horas de comemorações, depois, a vida volta a normalidade, em breve até se esquece do evento.

Para os desafortunados, não.

São marcas e traumas para a vida toda, lembranças, tristeza e vergonha.

Os colégios deveriam comemorar simplesmente, o ALUNO, suas vitórias e conquistas.

Ele, o aluno deve ser o protagonista!

Os pais dos alunos, nas escolas, são clientes do colégio não deveriam nem participar deste momento, essa estratégia de marketing deveria ser banida.

Os pais devem comemorar a vitória de seus filhos em casa!

Cada um com suas realidades, seja para mais ou para menos , tudo certo. Sem expor os desafortunados.

Em festas de Natal, ocorre o mesmo , familiares se reúnem para distribuir presentes na frente uns dos outros.

Crianças sem pai , ou sem a mãe, lares momentaneamente abalados , por desemprego , ou outros motivos , obrigam redução de orçamentos e a criança ficará marcada pela vida toda.

Longe de mim defender a superproteção, pelo contrário sou totalmente favorável que desde pequenos devemos aprender a conviver com nossas frustrações.

Entretanto, estes sentimentos aparentemente iguais , são na realidade muito diferentes.

As frustrações são inerentes a todos os seres humanos.

Crianças , não ganhar presentes caros ou desejados , tudo certo, temos que conviver com nossas frustrações.

Agora , as crianças não recebem presentes na presença de parentes (outras crianças) que recebem , não é frustração, é a pura exposição a uma infelicidade desnecessária e cruel.

Estas promoções devem ser evitadas, de forma não causar danos irreparáveis na auto estima e até na capacidade cognitiva dos jovens, principalmente por ser algo que é impossível assimilar por qualquer ser humano que está se iniciando na vida.

Considero estes eventos uma crueldade totalmente desnecessária.

Adultos conscientes, avaliem com antecedência os desdobramentos de suas boas intenções , o tema é pesado, mas creio que merece uma reflexão.

Rogério Pons da Silva

Jornalista e empresário

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editoriais de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

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