Terça-feira, 22 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 11 de fevereiro de 2021
Uma estreita maioria de americanos é favorável à condenação do ex-presidente norte-americano Donald Trump em seu segundo processo de impeachment. É o que mostram pesquisas de opinião recentes, cujo percentual daqueles que querem o impedimento do ex-chefe da Casa Branca passa dos 50%. Esse é um cenário diferente do enfrentado pelo republicano na primeira vez em que foi a julgamento no Senado, no início de 2020. Na época, o número de entrevistados favoráveis ao impeachment era de 47%, segundo a média de pesquisas feita pelo site Five Thirty Eight.
A diferença se deve às distintas acusações contra Trump. Desta vez, o ex-presidente é acusado de “incitação à insurreição” por ter insuflado seus apoiadores a invadirem o Congresso americano para impedir a confirmação da vitória de Joe Biden nas eleições. O ataque ao Capitólio, no dia 6 de janeiro, resultou na morte de cinco pessoas e obrigou parlamentares a evacuarem o plenário, interrompendo a sessão conjunta da Câmara e do Senado que confirmaria os votos do Colégio Eleitoral. Essa era a última etapa de uma eleição que foi insistentemente chamada por Trump de “fraudulenta”, embora as mais de 60 ações que ele e seus aliados iniciaram na Justiça contra o pleito fossem rejeitadas por falta de fundamentos.
As imagens da invasão, que chocou o país, foram mostradas em um vídeo de 13 minutos no primeiro dia do julgamento do impeachment de Trump. Nelas, é possível ver o então presidente incitando seus apoiadores a marcharem até o Capitólio para interromper o fim do processo eleitoral. Em seguida, aparecem os invasores rompendo as barreiras de contenção e entrando no Congresso, carregando bandeiras e símbolos pró-Trump. O vídeo também mostra senadores e deputados se refugiando do ataque.
As imagens usadas como prova contra Trump mostram uma situação bem diferente daquela relacionada ao primeiro impeachment do republicano. Na ocasião, ele era acusado de abuso de poder por pressionar o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, a investigar Biden e o filho dele, Hunter, que tinha envolvimento com uma empresa do país europeu. Biden, na época, era pré-candidato democrata à Casa Branca.
“É uma questão de fatos diferentes, circunstâncias diferentes. Ligar para um presidente estrangeiro é uma coisa, incitar uma revolta contra o Congresso é outra. E a população vê com muito mais seriedade este último”, disse ao jornal O Globo David Schultz, cientista político e professor da Universidade Hamline, explicando o aumento do percentual de apoiadores do impeachment agora.
De acordo com a pesquisa Gallup divulgada na segunda-feira, um dia antes de o Senado aprovar o início do julgamento de Trump, 52% dos americanos são a favor da condenação do ex-presidente, enquanto 45% são contra. No primeiro processo de impeachment, 46% afirmaram ser favoráveis aos senadores votarem para retirar o republicano da Presidência, e 51% eram contrários.
Na sondagem da CBS News/YouGov, de terça-feira, a porcentagem dos que querem que Trump seja condenado por incitar a violência é ainda maior, com 56% – é o mesmo percentual de entrevistados que afirmaram que o republicano encorajou o ataque ao Capitólio e que o impeachment é uma forma de “defender a democracia americana”. Esse também é o mesmo índice encontrado na pesquisa ABC News/Ipsos do último domingo. As informações são do jornal O Globo.