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Política A metralhadora verbal de Ciro Gomes já rendeu uma centena de processos. Por calúnia, difamação ou danos morais, ações preveem indenizações de mais de 1 milhão de reais

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Presidenciável tem frases fortes de efeito, que nem sempre são compreendidos. (Foto: Reprodução)

Nos últimos 25 anos, 50 pessoas já processaram o presidenciável Ciro Gomes (PDT) por calúnia, injúria, difamação ou pediram indenizações por danos morais após declarações do pedetista. É o que indica um levantamento nos portais dos Tribunais de Justiça do Ceará, Distrito Federal, Rio de Janeiro e de São Paulo, além do STJ (Superior Tribunal de Justiça) e do STF (Supremo Tribunal Federal). São quase cem ações e recursos em andamento, oito delas protocoladas só em 2018.

A mais recente envolve o vereador de São Paulo Fernando Holiday (DEM-SP), chamado de “capitãozinho do mato” na semana passada. Em ao menos seis casos, Ciro foi condenado a pagar R$ 315 mil em indenizações. Os processos em andamento que informam valores das causas somam mais R$ 914,7 mil. A maioria está em tramitação na Justiça do Ceará.

Os crimes contra a honra não são contemplados pela Lei da Ficha Limpa e, portanto, não podem interferir na elegibilidade dos candidatos. Políticos, como Holiday, representam quase metade dos que decidiram entrar na Justiça contra Ciro. Ao todo, são 20 filiados a nove partidos. A maioria do MDB e do PSDB.

Os campeões em número de ações são o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), que soma 39; e o ex-prefeito de São Paulo João Doria (PSDB-SP), com sete processos. Em seguida, aparece o ex-deputado Eduardo Cunha (MDB-RJ), preso em Curitiba no âmbito da Lava-Jato.

Ao menos um dos possíveis concorrentes do pedetista na disputa à Presidência também já entrou com ações contra Ciro. Chamado de “moralista de goela”, Jair Bolsonaro (PSL-RJ) acusou o rival de calúnia e injúria depois que o pedetista declarou que o deputado recebeu doação eleitoral de R$ 200 mil da JBS. Bolsonaro argumenta que os recursos são legais e que o repasse foi destinado ao PP, partido que integrava em 2014, e que só depois houve transferência da sigla para sua candidatura.

Para Carlos Manhanelli, presidente da Associação Brasileira de Consultores Políticos (Abcop) e autor de livros de marketing político, Ciro quer ser um candidato de esquerda “com comportamento dos de direita” e, ao chamar o vereador Fernando Holiday de “capitãozinho do mato”, acaba atacando frações da sociedade, minorias, o que pode levar à perda votos.

“Construir uma imagem de alguém que perde as estribeiras muito rápido, ou de alguém que não tem capacidade de analisar friamente uma situação, não beneficia nenhum candidato. Esse é o grande problema do Brasil. Não temos nenhum partido ideológico e, para se debater ideias, é necessária uma ideologia para guiar. Então, o debate acaba indo para a desconstrução. Acredito que os debates este ano serão muito violentos verbalmente, com muitos ataques entre os candidatos”, avalia.

O cientista político Antonio Testa, da UnB, lembra a eleição presidencial de 2002, quando Ciro afirmou em uma entrevista que a função na sua campanha da atriz Patrícia Pilar, sua mulher na época, era dormir com ele. A atriz disse que Ciro “nunca foi machista” e que vai votar nele. “No dia seguinte a reação das mulheres acabou com ele. Ele fala muito bem, tem discurso articulado, mas tenta fazer frases de efeito. Os efeitos negativos são maiores que os positivos.”

Por outro lado, Marcelo Serpa, professor de comunicação política da UFRJ, cita o exemplo do pedetista e ex-governador do Rio de Janeiro e do Rio Grande Sul Leonel Brizola, conhecido por não ter papas na língua, e que, no entanto, conseguia se eleger com votações expressivas. Serpa destaca a dificuldade de agradar um eleitorado amplo como o do Brasil e a importância de uma segmentação de discurso.

“Ciro também não pode mudar seu jeito para ser o que ele não é, pois não vai convencer. Ele tem o discurso dele e sabe que vai servir para um certo público, o que a equipe tem que avaliar é se esse público basta para vencer a eleição. O Leonel Brizola era um cara polêmico e ácido também e tinha um índice de rejeição bastante expressivo, no entanto, teve êxito em eleições importantes”, diz Serpa.

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