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Saúde “A mulher não precisa sofrer com a baixa de libido da menopausa, tem tratamentos para isso”, diz médica

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A ginecologista Marianne Pinotti é uma das maiores referência nos cuidados da saúde feminina do país. (Foto: Reprodução)

Membro do grupo de cirurgia oncológica e mamária da Beneficência Portuguesa, em São Paulo, e da Sociedade Brasileira de Mastologia, a médica Marianne Pinotti é uma das maiores referência nos cuidados da saúde feminina do país. A médica defende que a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis tem de começar na infância e que muitos sintomas da menopausa podem ser controlados com bons hábitos de vida.

1-Qual é a hora certa para a adolescente começar a ir ao ginecologista?

O ideal é quando a menina menstrua ou um pouco antes, quando começam os primeiros sinais da puberdade, pelinhos nas axilas, pelos pubianos e as mamas começarem a se desenvolver. É fundamental os pais saberem que não se trata apenas de se fazer exames médicos. É a hora de criar um vínculo com o médico, criar uma abertura para conversar, tirar dúvidas. Entender como o corpo funciona e passar a entender como prevenir doenças e gravidez. Trata-se de um momento que ajudará na formação como mulher.

2-As taxas de gravidez na adolescência não param de crescer no Brasil. A desinformação é ainda a principal causa?

O Brasil tem 500 mil partos por ano entre meninas de 10 anos a 19 anos. É muito cedo para isso. Boa parte delas tem idade abaixo de 14 anos. Ou seja, é uma criança gerando outra criança. Trata-se de uma gestação de maior risco. Além disso, essas meninas têm o futuro comprometido, fadadas a não entrar no mercado de trabalho como poderiam e a não estudar. Muitas delas para o resto da vida. Esse é um problema que atinge todas as classes sociais, mas o acesso à informação faz, sim, toda a diferença. Existe um dado da prefeitura de São Paulo que mostra que uma menina do bairro do Grajaú, mais simples, tem 27 vezes maior risco de engravidar do que uma de Pinheiros.

3-Qual a sua opinião sobre a educação sexual nas escolas?

Para começar não gosto desse termo: educação sexual. É limitado. As escolas não deveriam se limitar a ensinar formas de prevenção de gravidez. Claro que é importante, mas não pode ser apenas isso. É fundamental os adolescentes, meninas e meninos, entenderem como o corpo funciona, como são as transformações que estão surgindo no organismo. Como prevenir doenças e não só gravidez. Não é toda mãe que leva o filho ao ginecologista nessa idade e a escola tem um papel essencial, portanto. Além do que esses jovens podem ir atrás de informações em fontes erradas. Eles são curiosíssimos, sedentos por conhecimento. Lembro que quando minha filha tinha 10 anos fui chamada para falar sobre puberdade. Levei um filme de um parto, um esquema para falar de onde vêm os bebês. Falei por 15 minutos e abri para perguntas. Surgiram questões que eu jamais iria imaginar, como de onde vêm os gêmeos xifópagos, como ele nascem até se duas mulheres homossexuais podem ter filhos biológicos. Muitas escolas têm de se atualizar.

4-O único câncer que pode ser prevenido com vacina é o de colo do útero causado pelo vírus HPV, aplicada na adolescência. Por que as taxas de imunização são ainda tão baixas?

Preconceito é uma das causas. Simplesmente 7 mil mulheres morrem de câncer de colo de útero a cada ano no Brasil, grande parte provocado pelo vírus HPV. São mortes completamente evitáveis. O cenário é triste. Em geral os óbitos ocorrem por volta de 30, 40 anos. E temos uma vacina super eficaz que protege contra os piores tipos de câncer que pode ser aplicada a partir dos 9 anos de idade, quando a prevenção deve começar. Pelo SUS a indicação é dos 9 a 13 anos. Pelo sistema particular, não há esse limite. Muitos pais não levam os filhos por acreditarem que se o tomarem a vacina, eles vão começar a transar. Além disso um movimento nocivo tem crescido no Brasil, o antivacina. O país estava escapando dele. Há alguns anos ele se mantinha forte internacionalmente, mas aqui não. Mas nos últimos tempos se fortaleceu, para a desgraça da saúde dos brasileiros.

5-Uma das fases mais marcantes na vida sexual da mulher é a menopausa, quando ela repentinamente sofre uma queda na libido. É possível prevenir esse sintoma?

Meu pai (o ginecologista e cirurgião José Aristodemo Pinotti) dizia que a natureza não foi generosa com as mulheres fazendo-as entrar na menopausa no auge da vitalidade. O homem, para se ter ideia, vai ter uma andropausa por volta dos 70 anos, quando a vida já está mais tranquila. Claro que a menopausa não é o fim. Mas há uma baixa de energia em um momento em que somos jovens, com filhos na escola e uma carreira. A mulher não precisa sofrer com baixa de libido e ressecamento da menopausa, tem tratamentos. lado positivo é que a medicina tem avançado nessa área e hoje se sabe que grande parte dos sintomas da menopausa, como o calor excessivo, o ressecamento vaginal e a baixa na libido podem ser controlados. Está mais do que comprovado que os hábitos de vida impactam fortemente. Boa alimentação, atividade física regular, não fumar e cuidar da mente são os principais.

6-A indicação do tratamento de reposição hormonal oscilou muito nos últimos anos – já se foi radicalmente favorável e contra. Como está agora?

O hormônio sozinho não resolve, importante frisar. O impacto dos hábitos de vida é brutal. Mas esse tipo de tratamento usado de forma equilibrada pode ser bastante eficaz também. E isso significa usar doses mínimas pelo mínimo tempo possível. Evitar a reposição entre as mulheres que não podem tomar, como as que têm casos próximos de câncer de mama e de ovário na família, aquelas com problemas coronarianos e de coagulação. Deve-se tomar cuidado também com as hipertensas, obesas e com diabetes.

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https://www.osul.com.br/a-mulher-nao-precisa-sofrer-com-a-baixa-de-libido-da-menopausa-tem-tratamentos-diz-medica/ “A mulher não precisa sofrer com a baixa de libido da menopausa, tem tratamentos para isso”, diz médica 2022-04-07
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