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Por Redação O Sul | 17 de outubro de 2019
A Nasa, a Agência Espacial dos Estados Unidos, encontrou possíveis evidências de vida alienígena na década de 1970 durante o Programa Viking, a missão não-tripulada que chegou à superfície de Marte. A revelação foi feita pelo cientista Gilbert V. Levin, que trabalhou na agência, em um longo artigo publicado na revista americana “Scientific American”. Nele, ele qual afirma que as pistas foram ignoradas pela agência.
As naves Viking foram enviadas para o Planeta Vermelho há mais de 40 anos, em 1976, com o objetivo de explorá-lo, e incluíram um experimento biológico, o Labeled Release (LR), com o objetivo de buscar sinais de vida. E os resultados encontrados naquele ano apontaram algo inusitado na superfície marciana.
“No dia 30 de julho de 1976, o LR enviou de volta os primeiros resultados de Marte. Surpreendentemente, eles eram positivos”, escreveu Levin, engenheiro e inventor, na revista científica.
“Ao longo da evolução do experimento, quatro resultados positivos vieram das naves gêmeas Viking e pousaram cerca de 6,3 mil quilômetros de distância. A curva dos dados sinalizou a detecção de respiração microbiana no Planeta Vermelho. As curvas marcianas eram similares às produzidas por testes do LR em solos na Terra. Parecíamos ter respondido a famosa pergunta”, seguiu o ex-cientista da Nasa.
Sem matéria orgânica
Os estudos da Nasa, no entanto, não encontraram matéria orgânica, a base da vida como a conhecemos, onde haviam indicações de respiração microbiana. A agência concluiu que os resultados do LR vieram de uma substância que emulava a vida, mas sem representar, necessariamente, um organismo vivo.
Desde então, a Nasa não conduziu experimentos similares dedicados a definir se o habitat marciano é capaz de abrigar vida alienígena.
Levin argumenta, no entanto, que essa descoberta sugere que há, sim, vida em Marte, e vai além: a agência espacial deveria fazer mais para investigar, já que isso poderia representar uma grave ameaça para a vida na Terra.
Em 13 de fevereiro de 2019, o administrador da Nasa, Jim Bridenstine, disse haver a possibilidade de encontrar vida microbiana em Marte.
“Nossa nação está determinada a enviar astronautas para Marte. Qualquer tipo de vida presente no planeta pode ameaçá-los, e ameaçar a todos nós após seu retorno. Portanto, a questão da vida marciana é central e urgente”, opinou Levin.
O cientista alega que seu experimento encontrou uma série de resultados positivos, mas talvez o mais sólido de seus argumentos seja o de ninguém ter apresentado até hoje uma explicação alternativa para os resultados apresentados pelo experimento da missão Viking.
“Qual é a evidência contra a possibilidade de vida em Marte? O fato avassalador é: não há. Posteriormente, estudos laboratoriais mostraram que alguns micro-organismos terrestres poderiam sobreviver e se desenvolver em Marte”, afirma o engenheiro.
Expedição futura
Na conclusão do artigo, Levin pediu à Nasa que realize os mesmos experimentos novamente a partir do envio de uma versão do experimento LR para o Planeta Vermelho em uma possível expedição futura. Na defesa da descoberta da missão Viking, sugeriu que cientistas estudem além de achados de 40 anos de idade para determinar se há mesmo provas de vida marciana.
“Uma análise objetiva poderia concluir, como o fiz, que o LR do Projeto Viking encontrou vida (em Marte). Em qualquer circunstância, esse estudo muito provavelmente desenharia rumos fundamentais para a Nasa perseguir seu Santo Graal”, concluiu Levin.