Celebridades A nova encarnação de Bruna Surfistinha, que agora é médium em um centro de umbanda

Ex-garota de programa virou filha de santo e médium após a morte do pai. (Foto: Reprodução)

Raquel Pacheco, mais conhecida como a ex-garota de programa Bruna Surfistinha, virou filha de santo e médium em um centro de umbanda, em São Paulo. Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, Raquel, que atualmente ganha a vida como DJ, contou que passou a ter contato com a religião após a morte de seu pai, em 2011.

“Não tinha contato com meus pais desde que saí de casa, em 2002. Em 2011, tive um sonho com a minha mãe. Ela aparecia sentada na sala, ao redor várias caixas de papelão, onde guardava livros e objetos. Percebi que ela chorava querendo contar algo. Acordei assustada, com angústia”, revelou.

Após conversar com amigos, Raquel foi ao centro. “Tinha pé atrás, aquele preconceito de mexer com bicho, macumba. Quando vi a corrente de médiuns, me emocionei, me arrepiei toda. Senti uma paz que há muito não sentia. Tomei passe com exu mirim [espírito infantil]. Contei o sonho e ele [exu] falou: ‘Tia, aconteceu algo que não posso contar. Você vai ter que procurar sua mãe e saber por ela. Na segunda-feira, quero a tia aqui de novo’”.
A morte do pai.

Ao falar com a mãe, Raquel descobriu que o pai havia morrido no dia seguinte ao sonho. “Sempre tive esperança de reencontrar meus pais, de pedir perdão. Fiquei mal. Pensei em me jogar da janela. Aí, veio aquela frase: ‘Tia, vou te esperar na segunda’. Cheguei ao terreiro chorando. Uma mãe de santo viu meu desespero e me deu um abraço de mãe. Um abraço que me colocou de volta no lugar e me mostrou o amor que eu podia encontrar ali. Naquela noite, tomei passe e o Caboclo me tranquilizou. Disse que meu pai estava amparado, na luz.”

Recomeço.

Raquel conta que, para ela, a Casa de São Lázaro foi um recomeço. “Considero que há uma Raquel antes e outra depois da Umbanda. Estou mais tranquila, feliz, em paz. O terreiro é um dos poucos lugares que eu me sinto Raquel mesmo. Nas correntes, os médiuns nunca faltaram com respeito comigo. Nunca me trataram como Bruna.”

Mas ela confessa que ainda enfrenta preconceitos. “Cuido de mim espiritualmente e não tenho vergonha de me assumir como umbandista. Tem gente que olha feio, outros são curiosos. Sei que o preconceito é muito grande, mas eu enfrento. Não é a primeira vez”, afirmou.

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