Terça-feira, 06 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 2 de outubro de 2017
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
O presidente Michel Temer acolheu em boa hora, a sugestão levada pelos membros do seu núcleo mais próximo, para que seja iniciado um trabalho destinado a “repaginar” a sua imagem, e a própria imagem do governo. De forma sensata, por mais dura que seja a crítica, mesmo por razões ideológicas, não há como deixar-se de admitir que a agenda de reformas aprovadas pelo governo, conseguiu revitalizar a credibilidade do país junto aos grandes investidores internacionais. As sucessivas vitórias no Congresso – à exceção da Reforma da Previdência, a mais vital, e ainda no horizonte do governo – devem-se a uma sólida e afinada equipe de articulação política, onde desponta o coordenador político, o chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha.
Estratégia aguarda votação da denúncia
A estratégia já deveria estar em andamento. Porém, foi adiada para logo após a votação da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República, e baseada em um tumultuado processo de delação premiada realizado junto aos dirigentes da empresa JBS, Joesley e Wesley Batista, hoje presos. A ideia é “repaginar” a imagem do presidente, hoje ostentando recordes de rejeição. A imagem do “reformista” efetivamente não funcionou. Agora, o desafio da comunicação será transferir os êxitos das reformas,e seus reflexos positivos na economia, para a imagem de um presidente mal avaliado,na ótica do governo. A tradução destas ações será buscada no foco da imagem de um “Plano Temer”, demonstrando os resultados dessas medidas que têm em Michel Temer o supremo comandante.
Críticas orquestradas
Um levantamento feito por especialistas na análise do comportamento das redes sociais indicou que cerca de 70% das manifestações críticas nos endereços virtuais de Michel Temer, partem de grupos políticos orquestrados. Alguns, contratados especificamente para essa finalidade. Com isso, na análise dos especialistas, apenas 30% das manifestações nas redes sociais, mesmo que de críticas ao presidente e ao seu governo, seriam efetivamente espontâneas.
A má imagem começa nos municípios?
O jornal O Globo concluiu um levantamento com base em dados do Tribunal Superior Eleitoral,e cdos Tribunais Regionais Eleitorais de todos os estados,e indicou que desde as eleições de 2016, até agora 49 governantes perderam seus cargos. Isto indica em média,um prefeito cassado, por semana. E este número deverá subir, em razão de existirem em 26 Estados, mais de 300 processos em andamento,contra prefeitos. A análise demonstra que duas motivações levam à existência de tantos processos: de um lado prefeitos que respondem a processos, já foram cassados em primeira instância, mas se mantêm no cargo à custa de recursos nos TREs,ou no Tribunal Superior Eleitoral, tentando adiar a decisão final, e assim esticando seus mandatos. De outro lado, existem os adversários derrotados que não dão como perdida a eleição e brigam no “tapetão” por uma nova eleição, que reverta o resultado anterior.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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