Segunda-feira, 03 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 2 de novembro de 2025
A operação policial mais letal da história do Rio de Janeiro, que deixou ao menos 121 mortos na terça-feira passada (28), foi vista como um sucesso por 57% dos moradores da capital fluminense e da Região Metropolitana da cidade. Outros 39% pensam o contrário.
A avaliação havia sido feita pelo governador Cláudio Castro (PL), ao comentar a ação contra a facção criminosa Comando Vermelho, que desencadeou um forte embate político entre as forças políticas de direita e o governo Lula (PT) acerca do manejo da segurança pública na cidade e no País.
O dado foi aferido pelo Datafolha em uma pesquisa feita por telefone com 626 eleitores, ouvidos na quinta (30) e na sexta (31). A margem de erro para o total da amostra é de quatro pontos percentuais para mais ou menos, o que permite dizer que a maioria dos entrevistados aprovou a ação.
Consideraram a ação bem-sucedida de forma integral 38%, mais 18% que a aprovaram parcialmente – os 57% aferidos são arredondamento de casas decimais. Na mão inversa, 27% disseram discordar totalmente da assertiva, e 12% apenas em parte. Outros 3% não se posicionaram e 2% não souberam responder.
Há homogeneidade nas opiniões expressas em todos os principais estratos socioeconômicos do levantamento, com algumas exceções: homens aprovaram mais a ação, 68% ante 47% das mulheres, enquanto a classe média que ganha de 5 a 10 salários mínimos e jovens de 16 a 24 anos foram mais enfáticos em condená-la: acharam isso respectivamente 49% e 59% dos ouvidos.
É importante notar que nesses subgrupos a margem de erro é um pouco maior. São 6 pontos para homens e mulheres, 7 para a classe média e 11 para quem tem de 16 a 24 anos.
Moradores de favelas seguiram a média das avaliações da cidade, assim como não houve diferenças notáveis entre regiões mais ricas ou pobres. As comunidades do Alemão e da Penha concentraram o embate da terça.
Para 48% dos fluminenses ouvidos, a operação foi também bem executada. Já 21% viram uma ação com falhas e 24% a reprovaram. Outros 7% disseram não saber.
Aqui, a discordância mais chamativa em relação à média, mesmo levando em conta as margens de erro maiores, fica entre os pretos, entre os quais 43% consideraram a ação mal executada. No grupo, a margem é de nove pontos.
Para 50% dos entrevistados, a maioria dos mortos que não eram policiais era composta por bandidos. Outros 31% disseram acreditar que todos eles eram criminosos, enquanto só 4% disseram que a minoria era de bandidos e 1%, que ninguém era criminoso. Não souberam avaliar 13%. Segundo o governo, 78 dos 119 suspeitos tinham passagem pela polícia. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.