Quinta-feira, 16 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 15 de abril de 2020
A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse nesta quarta-feira (15) que os países que decidirem aliviar as restrições impostas para combater a disseminação do coronavírus devem esperar pelo menos duas semanas para mensurar o impacto das mudanças antes de mudar as regras novamente. Em sua mais recente atualização da estratégia, a agência das Nações Unidas disse que o mundo está em um “momento crucial” da pandemia e que a “velocidade, escala e equidade devem ser nossos princípios de orientação” nas decisões sobre as medidas a tomar para flexibilizar as medidas de isolamento social, de modo que o risco de novos surtos da Covid-19 seja minimizado.
Segundo a OMS, todo país deve implementar medidas abrangentes de saúde pública para manter um estado estável sustentável de baixo nível ou nenhuma transmissão e preparar sua capacidade de reação para controlar rapidamente qualquer novo pico de disseminação e aumento de casos.
Alguns dos países mais atingidos pelo vírus estão agora considerando flexibilizar de modo gradual as medidas de confinamento social. A experiência de países como a China, no entanto, mostra que o retorno das atividades sociais e econômicas deverá acontecer sob regras estritas, em uma espécie de “novo normal”.
A atualização da OMS diz que essas medidas devem ser tomadas gradualmente, com tempo para avaliar seu impacto antes que novas medidas sejam postas em prática.
“Para reduzir o risco de novos surtos, as medidas devem ser levantadas de maneira gradual, com base em uma avaliação dos riscos epidemiológicos e dos benefícios socioeconômicos, relaxando as restrições em diferentes locais de trabalho, instituições educacionais e atividades sociais”, afirmou a OMS. “Idealmente, haveria um mínimo de duas semanas (correspondendo ao período de incubação da Covid-19) entre cada fase da transição, para permitir tempo suficiente para entender o risco de novos surtos e responder adequadamente.”
A OMS alertou que o “risco de reintrodução e ressurgimento da doença continuará”.
A organização global de saúde com sede em Genebra emitiu seu parecer no momento em que foi criticada pelos Estados Unidos por sua resposta inicial à pandemia. O presidente Donald Trump disse na terça-feira que Washington, o maior doador da OMS, suspenderá o financiamento à entidade.
A China começou a suspender algumas das mais severas restrições impostas à província de Hubei, onde a doença surgiu pela primeira vez no final do ano passado. Nos Estados Unidos, que têm o maior número de casos e mortes confirmados, Trump brigou com alguns governadores estaduais sobre quem tem autoridade para começar a reabrir negócios nos EUA.
Alguns países europeus iniciaram lentamente a flexibilização das regras, com a reabertura de parte do comércio. Na Espanha, a construção e algumas indústrias de manufaturados foram autorizadas a retomar as atividades, embora lojas, bares e espaços públicos continuam fechados até pelo menos 26 de abril.
A Itália, que tem o segundo maior número de mortos no mundo (21.067), manteve algumas restrições rígidas de movimento, enquanto a Dinamarca, um dos primeiros países europeus a se fechar, reabrirá creches e escolas para crianças da primeira à quinta série na quarta-feira. A França manteve as medidas rígidas de isolamento social até 11 de maio. As informações são do jornal O Globo.