Sexta-feira, 03 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 16 de setembro de 2019
A Petrobras decidiu manter o preço da gasolina, do diesel e dos demais derivados de petróleo até o preço do petróleo se acomodar no mercado internacional. As informações são do portal G1.
Desde o domingo (15), os preços internacionais do petróleo passaram a registrar forte alta após duas grandes instalações serem atacadas na Arábia Saudita.
A decisão da Petrobras é aguardar até que se tenha informações mais seguras sobre quanto tempo será necessário para normalizar a produção.
A expectativa é que os preços continuem voláteis nos próximos dias. A Petrobras vai segurar os preços sem que isso afete a rentabilidade.
A empresa pode fazer o chamado “hedge” ( proteção contra a variação de preços) para evitar que se repasse ao consumidor a variação toda vez que também houver variação das cotações no mercado internacional.
Os danos provocados pela ação do sábado (14), na qual foram usados supostamente drones, cortaram pela metade a produção do maior exportador mundial de petróleo. Ela ficou reduzida a de cerca de 5,7 milhões de barris por dia, o que representa mais de 5% do suprimento global atual.
As autoridades sauditas ainda não informaram quanto tempo será necessário para restabelecer plenamente a produção nas instalações destruídas. Analistas acreditam que podem ser necessárias várias semanas ou até meses para o país voltar à normalidade.
As incertezas geopolíticas e o risco de queda na oferta tende a manter os preços do barril de petróleo e dos combustíveis com viés de alta nos próximos meses, com impactos também nas bolsas e no comércio global.
No Brasil, apesar das ações da Petrobras terem uma valorização, os analistas lembram que o preço da gasolina e do diesel podem ser elevados pela estatal, que mantém um política de preços alinhados aos do mercado internacional. Se eles se mantiverem em alta, em algum momento o aumento chegará às bombas dos postos de combustíveis, avaliam especialistas da área.
Por outro lado, a alta do preço do barril pode aumentar a arrecadação do governo federal e estados produtores com royalties e participações especiais, além de contribuir para aumentar o interesse das grandes petroleiras internacionais nos próximos leilões bilionários de áreas de exploração de óleo e gás no Brasil.
Como foi o ataque e quem assumiu
Os ataques do sábado provocaram incêndios na unidade saudita de Abqaiq, a maior do mundo dedicada ao processamento de petróleo, e na instalação de Khurais. Não houve relatos de feridos, mas a fumaça foi vista do espaço.
Após o ataque, rebeldes iemenitas houthis – que são apoiados pelo Irã no conflito que acontece no Iêmen – disseram ter enviado dez drones para atacar as instalações da Aramco.
Desde 2015, a Arábia Saudita lidera uma coalizão internacional que apoia o governo local do Iêmen e ataca os houthis. Em retaliação, os rebeldes têm feito vários bombardeios fronteiriços com mísseis e drones contra bases aéreas sauditas e outras instalações no país.
A ONU (Organização das Nações Unidas) e países ocidentais acusam Teerã de fornecer armas ao grupo, o que é negado pelo governo iraniano.