Segunda-feira, 05 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 12 de maio de 2018
Envolvido por uma testemunha nas mortes da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes, o miliciano Orlando Oliveira de Araújo, conhecido como Orlando de Curicia, estaria negociando um acordo de delação premiada com a Polícia Civil e com o Ministério Público do Rio de Janeiro. Orlando está preso na penitenciária Laércio da Costa Pellegrino (Bangu 1), sob acusação de chefiar uma milícia na Zona Oeste do Rio.
Como o jornal “O Globo” revelou, um homem que trabalhou para um dos mais violentos grupos paramilitares do Rio procurou a polícia para contar, em troca de proteção, que o vereador Marcello Siciliano (PHS) e Orlando Oliveira de Araújo queriam a morte de Marielle, assassinada no dia 14 de março, no Estácio.
Orlando deverá ser levado até a Divisão de Homicídios. Os investigadores querem conversar primeiro com ele, para saber o que o ex-PM (policial militar) teria para revelar. O advogado de Orlando, Renato Darlan, confirmou que policiais civis conversaram com seu cliente, em Bangu 1: “Pelo que fui informado, houve sim uma conversa com meu cliente em Bangu 1. Ofereceram perdão judicial para Orlando em troca de sua colaboração. Não sei exatamente o que foi conversado porque não estava presente. O que meu cliente informou é que os policiais agiram de forma intimidatória, oferecendo perdão judicial em troca de sua confissão. Mas volto a dizer: Orlando não cometeu crime algum”, afirmou Renato Darlan.
No entanto, depois Darlan recuou e informou não ser verdade que seu cliente negocia uma deleção premiada. “Isso não é verdade. Não houve qualquer contato nesse sentido, porque meu cliente não cometeu nenhum crime. Eu represento meu cliente e não fui procurado. Delação só acontece quando uma pessoa assume um crime. Meu cliente é inocente. Estou em contato direto com o promotor do caso e não existe nenhuma possibilidade de haver uma conversa nesse sentido.”
Em uma nota distribuída, a Chefia de Polícia Civil informou que o delegado Giniton Lages, titular da DH (Delegacia de Homicídios) do Rio, esteve na unidade depois de ser chamado pelo próprio preso. Segundo a Polícia Civil, a ideia da equipe da DH era ouvir o preso sobre o homicídio da vereadora Marielle Franco. A nota esclarece que “na conversa, mesmo após ter pedido a presença do delegado, o detento disse que não prestaria depoimento formal”. O delegado informou ao preso os seus direitos e propôs que ele conversasse com o advogado antes de tomar uma decisão.
Segundo reportagem do Globo, um homem que trabalhou para um dos mais violentos grupos paramilitares do Rio procurou a polícia para contar, em troca de proteção, que o vereador Marcello Siciliano (PHS) e Orlando Oliveira de Araújo queriam a morte de Marielle, assassinada no dia 14 de março, no Estácio. Em depoimentos à DH, ele deu informações sobre datas, horários e até locais de reuniões entre o vereador e o ex-PM. Também forneceu detalhes de como, segundo ele, a execução foi planejada. As conversas entre os dois teriam começado em junho do ano passado. Procurado, Siciliano disse que não conhece Orlando de Curicica e afirmou que se trata de “notícia totalmente mentirosa”.