Quarta-feira, 05 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 21 de março de 2019
Na manhã dessa quinta-feira, a PF (Polícia Federal) deflagrou a Operação Alforje, que investiga suspeita de desvios de recursos públicos relacionados a uma convênio firmado entre a UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) e a Faurgs (Fundação de Apoio à Universidade Federal do Rio Grande do Sul).
Cerca de 40 agentes cumpriram 11 mandados de busca e apreensão, nove deles em Porto Alegre e demais em Viamão e Gravataí. No âmbito da ofensiva, a Justiça Federal já determinou o afastamento cautelar de cinco servidores e medidas de bloqueio de contas e de veículos de investigados.
Segundo as investigações, o convênio – por meio da Superintendência de Infraestrutura da UFRGS – permitiu o repasse de R$ 11,4 milhões de reais à Faurgs, para elaboração conjunta de projetos nas áreas de engenharia e arquitetura durante o período de 2015 a 2017.
Esquema
O inquérito apura pagamentos, com indicativo de irregularidades, em favor de bolsistas que foram selecionados sem critérios técnicos e que, muitas vezes, já são vinculados à UFRGS ou à Faurgs. O esquema também funcionava para complementar a renda dos servidores da Universidade que agora são investigados.
Foram constatadas, por exemplo, situações em que profissionais indicados como bolsistas do projeto mesmo tendo formação diversa da área abrangida pelo convênio. Os dados da execução e da prestação de contas também são mínimos ou inexistentes.
A suspeita é que mais de 100 pessoas podem ter sido indevidamente favorecidas pela aplicação irregular dos recursos do convênio. Os investigados poderão responder por crimes como peculato, falsidade ideológica e associação criminosa.
A palavra “alforje”, que dá nome à Operação da PF, refere-se a um tipo de bolsa composta por dois compartimentos, distribuídos de forma que o peso de um seja contrabalanceado pelo do outro.
(Marcello Campos)