Domingo, 12 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 24 de outubro de 2018
O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, confirmou que a PF (Polícia Federal) já abriu mais de 2 mil inquéritos sobre supostos crimes eleitorais. Dentre as denúncias investigadas, quatro envolvem ameaças à presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Rosa Weber – incluindo um vídeo divulgado nas redes sociais por um coronel da reserva do Exército.
Na gravação, o coronel da reserva do Exército Carlos Alves chama a magistrada de “salafrária”, “corrupta” e “incompetente”. E diz, em tom ameaçador: “Olha aqui, Rosa Weber, não te atreve a ousar aceitar essa afronta contra o povo brasileiro, essa prova indecente do PT de querer tirar [o candidado do PSL à Presidência da República] Jair Bolsonaro do pleito eleitoral, acusando-o de desonestidade, de ser cúmplice numa campanha criminosa fraudulenta com o WhatsApp para promover notícias falsas”.
O autor do vídeo ainda chamou os integrantes do STF (Supremo Tribunal Federal) de “canalhas” e “vagabundos”. Em seguida, diz que não aceitará outro resultado no pleito deste domingo que não seja a vitória de Bolsonaro.
Depois de a Segunda Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) pedir a apuração do caso, na terça-feira a PGR (Procuradoria-Geral da República) havia solicitado a medida à PF. De acordo com Jungmann, já são quatro inquéritos abertos sobre ameaças feitas à presidente do TSE. Em entrevista a jornalistas, o titular da Segurança Pública também comentou que a PF já abriu, desde o início do processo eleitoral, mais de 2007 inquéritos.
No mesmo dia, o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, também tinha solicitado ao MPM (Ministério Público Militar) que investigasse o vídeo do ex-coronel.
Identificação
Jungmann não soube detalhar quantos casos são relativos a “fake news” (notícias falsas). Em relação aos autores de ameaças à ministra (que também integra o STF), o titular da Segurança Pública garantiu: “Todos eles já estão identificados. Eu quero lembrar, uma vez mais, que não existe impunidade e não há anonimato na internet. A Polícia Federal chegará no Brasil ou fora do País até quem cometer crimes virtuais. E o preço a pagar é caríssimo”.
Ainda nessa quarta-feira, Jungmann e o presidente do STF e do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), ministro Dias Toffoli, assinaram um convênio em que o Ministério da Segurança Pública repassou R$ 20 milhões para o Conselho. O objetivo é fortalecer medidas de monitoramento de presos, desafogando o sistema penitenciário em casos de crimes menores. Em discurso na cerimônia, Toffoli disse que o monitoramento de uma pessoa custa R$ 600 mensais, enquanto manter um preso em regime fechado custa R$ 3 mil por mês.