Por Redação O Sul | 14 de janeiro de 2020
Nessa terça-feira, a prefeitura de Porto Alegre lançou o edital para concessão do “Trecho 2″ da orla do Guaíba, com área de 135 mil metros quadrados entre a rótula das cuias e o Anfiteatro Pôr do Sol. O destaque do projeto, a ser executado pela iniciativa privada, fica por conta da instalação de uma das maiores rodas-gigantes da América Latina.
As propostas serão aceitas até o dia 20 de março, período em que os envelopes com a garantia de proposta, proposta comercial e documentos de habilitação deverão ser entregues na Secretaria da Fazenda, na avenida Siqueira Campos (Centro Histórico).
Conforme o prefeito Nelson Marchezan Júnior, a iniciativa é resultado de todas as ações que a prefeitura vem desenvolvendo, como o cercamento eletrônico, instalação de GPS em ônibus, biometria e exame toxicológico no sistema de táxis, integração entre os poderes na segurança pública, concessões de placas de rua e de abrigos de ônibus, dentre outras.
“Tratar este projeto de forma isolada por uma gestão o tornaria inviável”, argumentou. “Ele só se tornou executável graças a uma visão de cidade organizada e planejada, que cuida da segurança pública, da saúde, da educação. Tudo isso traz segurança para os investidores acreditarem em Porto Alegre.”
Dentre as obrigações, o concessionário não poderá cobrar ingresso em áreas públicas do parque, mas apenas em equipamentos específicos, como a roda-gigante. Também está prevista a construção de parque infantil, cachorródromo, ciclovias, decks e passarelas para esportes náuticos e vestiários, além da realização de eventos no local.
O secretário municipal de Parcerias Estratégicas, Thiago Ribeiro, salienta que o objetivo é elevar Porto Alegre ao patamar do país e do mundo. “Nossa ideia é fazer uma cidade diferente, mudando a forma como ela é vista no resto do Brasil, na América do Sul e na América Latina. Essa mudança envolve mais recursos, aumenta o número de empregos e melhora a autoestima do cidadão, que verá uma cidade mais qualificada e melhor avaliada pelos visitantes”, afirma.
Detalhes
A duração do contrato com o concessionário será de 35 anos e o investimento previsto é de R$ 512 milhões ao longo de toda a concessão. Inicialmente, serão aplicados R$ 70, 5 milhões. Além de construir a infraestrutura do trecho, a empresa ficará encarregada da manutenção preventiva e corretiva das edificações, da limpeza e segurança do local e do cuidado com a flora e fauna do parque.
As mudanças a serem implementadas incluem uma maior regulação para a realização de eventos no local. A concessionária não poderá promover festividades no anfiteatro em finais de semana consecutivos, com exceção de um por período de três fins de semana a cada 90 dias. A prefeitura terá possibilidade de uso do espaço para eventos em até 15 dias durante o ano. Outro ponto é a ampliação da área para atividades náuticas, devido ao aumento de 50% da faixa de água da parte concedida.
O secretário municipal do Meio Ambiente e da Sustentabilidade, Germano Bremm, chama atenção para a importância da revitalização urbana. “Esta é mais uma entrega da prefeitura que vai ao encontro das diretrizes da revisão do Plano Diretor e da Nova Agenda Urbana da ONU: uma cidade para as pessoas, caminhável e com espaços públicos de qualidade”, diz.
Coube ao Unops (Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos) auxiliar em toda a estruturação do projeto do trecho 2 da Orla do Guaiba e na elaboração do edital. O coordenador de Infraestrutura do órgão, David Melo, lembra que o projeto foi desenvolvido pensando nos próximos 35 anos da Orla: “Estamos orgulhosos em fazer parte desse resultado de cooperação, com modelo de negócios atrativo e convergindo com a agenda 2030 da ONU para o desenvolvimento sustentável”.
(Marcello Campos)
