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Por Redação O Sul | 15 de agosto de 2018
A candidata da Rede, Marina Silva, defenderá em seu programa de governo que o direito ao casamento homoafetivo deve ser protegido por lei. Este é um dos pontos listados em suas diretrizes programáticas, protocoladas no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). “O Conselho Nacional de Justiça regulamentou a celebração de casamento civil de pessoas do mesmo sexo, através da Resolução 175/13. Acataremos a demanda de que os direitos decorrentes dessa decisão sejam protegidos por lei”, diz o texto.
A candidata também defende a adoção de crianças por casais homoafetivos. “Em casos de adoção, defendemos que seja oferecido tratamento igual aos casais adotantes, com todas as exigências e cuidados iguais para ambas as modalidades de união, homo ou heteroafetiva, atendendo à prioridade de garantir o melhor interesse da criança”, afirma o documento.
Em 2014, uma polêmica envolveu a política LGBT da candidata. Menos de 24 horas após a divulgação, a presidenciável retirou trechos que tratavam de questões de gênero e orientação sexual. Entre elas a promessa de articular a aprovação de leis que regulamentem o casamento gay e a criminalização da homofobia. A justificativa foi a de que a versão divulgada não era a final. A campanha disse na época que houve “falha processual na editoração” do texto, mas reiterou que a ex-senadora é defensora dos direitos civis da comunidade LGBT.
O recuo levou a baixas na campanha da então pessebista, com a saída do secretário nacional do comitê LGBT do PSB, Luciano Freitas. O ponto que envolvia a defesa da união de pessoas do mesmo sexo foi fortemente rejeitado por apoiadores de Marina no meio evangélico.
“Se for comparado ao [programa] anterior, pelo fato daquele ter sido sustado, é um avanço no que concerne Marina Silva”, afirma Symmy Larrat, presidente da ABGLT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos).
Apesar dos pontos positivos, Marcelo Cerqueira, do Grupo Gay da Bahia, classificou as diretrizes de “superficiais”. “Faltou falar do combate à LGBTfobia e aos crimes de ódio. É importante que ela fale sobre a criminalização da LFBGTfobia”, afirma. Outro ponto levantado por Cerqueira é a ausência no texto da expressão “identidade de gênero”. A campanha da ex-ministra afirma que os pontos apresentados na noite desta terça-feira serão detalhados ao longo das próximas semanas.
Patrimônio
Marina Silva registrou sua candidatura nesta quarta-feira (15) no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e informou patrimônio líquido de R$ 118 mil em bens. Desse total, 86,2% correspondem a imóveis, sendo R$ 60 mil de uma casa em Rio Branco (AC) e R$ 42.482 em outros imóveis não especificado.