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Brasil A prisão de hackers pressiona a Operação Lava-Jato e testa a autonomia da Polícia Federal em relação a Sérgio Moro

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Os vetos serão sugeridos pelo ministro da Justiça (foto) ao presidente da República. (Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados)

Inicialmente comemorada pelo ministro Sérgio Moro (Justiça e Segurança), a operação que prendeu o grupo de hackers na semana passada coloca mais pressão na Lava-Jato, avaliam investigadores. O caso vai testar, novamente, a autonomia da PF (Polícia Federal).

O material apreendido no computador de um dos presos, Walter Delgatti Neto, pode ser usado, no futuro, em processos da Lava-Jato ou em casos de investigação contra autoridades, envolvendo entre elas Moro.

Em menos de uma semana, a ação da polícia fez o ministro mudar de discurso em relação aos apelos que fazia por perícia nos arquivos obtidos pelo site The Intercept Brasil e provocou mal-estar interno.

Reveladas desde 9 de junho em uma série de reportagens inicialmente publicadas pelo The Intercept, as mensagens constrangem os envolvidos na maior operação de combate à corrupção da história do País, com bastidores que mostram colaboração entre juiz e procuradores.

Até agora, na avaliação de investigadores, não houve nenhuma descoberta no caso dos hackers que possa ser considerada positiva para a versão de Moro e Deltan Dallagnol, chefe da força-tarefa da Lava-Jato em Curitiba. A PF investiga se houve pagamento para a compra do material, mas ainda não tem nenhum indício nesse sentido.

Além disso, no primeiro depoimento do hacker, o delegado Luiz Flávio Zampronha fez pergunta sobre a edição do material e colocou em termo (ou seja, na transcrição oficial do interrogatório) a negativa de Delgatti, que disse não ter manipulado o conteúdo das mensagens.

Na opinião de pessoas envolvidas no caso, essa parte da oitiva demonstra que o inquérito está sendo conduzido sem a preocupação de agradar ao ministro. Além disso, a resposta é mais um ponto considerado ruim para Moro e Deltan, que vinham se apoiando na defesa de que não podem confirmar a veracidade das conversas.

Até o dia da operação, o ministro da Justiça vinha cobrando o jornalista Glenn Greenwald, fundador do Intercept, para que entregasse os arquivos para serem periciados.

Após saber que o material havia sido apreendido, Moro mudou o tom. Ligou para autoridades vítimas para avisar que o conteúdo seria destruído. A assessoria do ministro confirmou que ele havia dado esse recado nos telefonemas.

A PF teve que se movimentar e, em minutos, publicou uma nota oficial sobre o tema, rechaçando a possibilidade da destruição e esclarecendo o que a lei estabelece: apenas o juiz do caso pode decidir sobre o destino do material.

O jornal Folha de S.Paulo questionou o ministro de Jair Bolsonaro (PSL) sobre sua mudança de discurso em relação à perícia, mas não houve resposta. Embora a PF considere que Delgatti tem ajudado na investigação, suas respostas são vistas com reserva, por seu passado criminal, com condenação e acusações de golpes e fraudes.

Ele tem sido chamado internamente de “contador de histórias”, característica considerada típica de estelionatários. Em 23 de junho, a Folha começou a publicar material com base nas mensagens trocadas entre os membros da operação. O jornal teve acesso aos arquivos do Intercept e passou a analisar o acervo. Não foi detectado nenhum indício de que ele possa ter sido adulterado.

Esta não é a primeira vez que a Polícia Federal fica sob pressão em relação a autoridades do governo. Em um recente exemplo disso, no ano passado, o chefe da PF deixou o cargo depois de dar declarações que pareciam proteger o então presidente Michel Temer (MDB), investigado no inquérito dos Portos. O ocorrido é usado como referência para falar sobre o atual momento, como exemplo do que acontece quando alguém tenta interferir no trabalho dos delegados.

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