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Brasil A Procuradoria-Geral da República reduziu a equipe que investiga o grupo político do presidente Michel Temer

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Raquel Dodge, diz que problema não é com ela, mas com o colegiado. (Foto: Antonio Augusto / Secom / PGR)

Responsável por investigar o grupo político do presidente Michel Temer, a força-tarefa Greenfield atua desde o início de março com apenas dois procuradores de forma exclusiva – antes eram quatro. O pedido de que a equipe seja retomada está na PGR (Procuradoria-Geral da República) e no CSMPF (Conselho Superior do MPF) desde 18 de fevereiro. A procuradora-geral, Raquel Dodge, diz que o problema não é com ela e, sim, com o colegiado. O relator do caso, o subprocurador Mario Bonsaglia, diz que a minuta da portaria para autorizar a prorrogação aguarda a assinatura de Dodge.

Na prática

Enquanto a PGR e o conselho do MP (Ministério Público) não se entendem, a força-tarefa que engloba as operações Sépsis, Cui Bono?, Patmos e a própria Greenfield está travada e não consegue dar a celeridade necessária a cerca de 180 procedimentos instaurados.

Controle da mídia

A PGR determinou que os procuradores só poderão receber jornalistas acompanhados de assessores e as conversas serão obrigatoriamente gravadas pela assessoria de comunicação da instituição. A assessoria da PGR diz que só acompanha as entrevistas se for demandada pelos subprocuradores.

Janot diz que pouco tem ouvido falar de combate à corrupção

Até setembro passado, quando ocupava o cargo de procurador-geral da República, Rodrigo Janot se deslocava por Brasília com uma escolta do Bope (Batalhão de Operações Especiais) da Polícia Militar do Distrito Federal. Mesmo depois de deixar o cargo, anda em carro blindado e com motorista armado quando está no Brasil. Nada mais diferente da vida que leva em Bogotá, onde, desde janeiro, é professor visitante da Universidade de los Andes, cuja sede está a 3.669 km de distância do prédio da PGR em Brasília.

“Aqui, sou desconhecido”, diz ele com satisfação, enquanto anda pelo centro da cidade, no trajeto entre a sala de aula e um restaurante próximo. “Só evito lugares muito turísticos”, explica, para não ser reconhecido por visitantes brasileiros.

Janot está ministrando aos colombianos um curso de extensão, chamado “Técnicas Relevantes de Investigação de Crimes de Corrupção”. A disciplina é cursada por alunos que estão concluindo os cursos de Direito e Ciência Política. Na aula da última quarta-feira, Janot fez um relato do trâmite jurídico e dos bastidores do processo de extradição de Henrique Pizzolato, ex-petista que fugiu para a Itália depois de condenado no processo do mensalão. Havia dez alunos na sala.

O ex-PGR ministra o curso em espanhol, não sem tropeçar em algumas palavras. A primeira parte do curso, conta ele, foi uma espécie de introdução para explicar o contexto brasileiro aos alunos colombianos. A partir de agora, todas as aulas serão sobre casos concretos, diz. Serão debatidas duas investigações colombianas e duas brasileiras: a apuração contra o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (MDB-RJ) e a delação da Odebrecht. “A Lava-Jato, para os colombianos, está totalmente ligada à delação (da empreiteira)”, explica.

Janot faz ainda um balanço da Lava-Jato, que completa quatro anos neste sábado, e é duro com o presidente Michel Temer: depois de deixar o cargo, diz ele, o emedebista terá que responder às denúncias, e sustentar que “a mala de dinheiro não aconteceu. Que a compra do silêncio (de Eduardo Cunha) não aconteceu”.

O ex-procurador-geral também subiu o tom em relação à sua sucessora na PGR, Raquel Dodge. Ele nunca pronuncia o nome de Dodge, mesmo em conversas informais. E diz que “pouco tem ouvido falar” da atuação de Dodge no combate à corrupção. “Não sei se é porque estou longe, aqui na Colômbia”, diz.

Na equipe mais próxima do ex-PGR, houve até casos de pessoas que adoeceram por causa do estresse da Lava-Jato, conta. Por isso tudo, foi preciso “me retirar, para que eu pudesse recompor forças”. Quanto a Bogotá, cidade andina a 2,6 mil metros de altitude, as únicas queixas são quanto ao clima frio e seco, que lhe provoca sangramentos no nariz, e o trânsito.

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https://www.osul.com.br/a-procuradoria-geral-da-republica-reduziu-a-equipe-que-investiga-grupo-politico-do-presidente-michel-temer/ A Procuradoria-Geral da República reduziu a equipe que investiga o grupo político do presidente Michel Temer 2018-03-16
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