Terça-feira, 21 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 2 de outubro de 2018
A produção industrial brasileira caiu 0,3% em agosto frente ao mês anterior, informou nesta terça-feira (02) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A queda foi puxada pelo setor de produtos derivados do petróleo e biocombustíveis. Trata-se da segunda queda mensal seguida. O resultado de julho foi revisado para um recuo de 0,1% ante 0,2% divulgado na primeira leitura.
Já na comparação com agosto do ano passado, a indústria cresceu 2%, terceiro resultado positivo consecutivo, mas o menos intenso dessa sequência, o que reforça a leitura de perda de ritmo, pressionada pela fraqueza dos investimentos e incertezas para o setor em meio à corrida eleitoral. No acumulado no ano, a indústria tem alta de 2,5%. Em 12 meses, a indústria também perdeu ritmo, passando de um avanço de 3,3% até julho para 3,1% até agosto.
14 dos 26 segmentos recuaram
Dos 26 ramos de atividade, 14 recuaram em agosto. Segundo o IBGE, a principal influência negativa foi do setor de produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, que caiu 5,7%. Outros destaques de baixa foram os setores de bebidas (-10,8%), de produtos alimentícios (-1,3%) e de indústrias extrativas (-2,0%).
Na outra ponta, os destaques de alta na produção foram os produtos farmacêuticos (alta de 8,3%), equipamentos de informática (5,1%) e veículos (2,4%).
Recuperação lenta
Com o desemprego elevado e a confiança dos empresários ainda baixa diante das incertezas em relação às eleições, o Brasil vem mostrando dificuldades em engrenar um ritmo forte de crescimento, com as empresas relutando em investir.
No segundo trimestre, a indústria registrou contração de 0,6%, contribuindo para que o PIB (Produto Interno Bruto) do País registrasse crescimento de apenas 0,2% sobre os três meses anteriores.
Após divulgação de alta de apenas 0,2% no PIB no segundo trimestre, analistas do mercado passaram a projetar um crescimento mais próximo a 1% em 2018. Segundo o último Boletim Focus do Banco Central, a expectativa do mercado é de que a economia cresça 1,35% em 2018, menos da metade do que era esperado no começo do ano.
Em meios às incertezas eleitorais, a confiança da indústria fechou o terceiro trimestre em queda, o primeiro recuou trimestral em quase dois anos, segundo a FGV (Fundação Getulio Vargas).
Grupos
Entre as atividades, a de veículos automotores, reboques e carrocerias (15%) exerceu a maior influência positiva na formação da média da indústria, impulsionada, em grande parte, pela maior fabricação dos itens automóveis, caminhão-trator para reboques e semirreboques, caminhões, reboques e semirreboques, autopeças e carrocerias para ônibus e caminhões.
Outras contribuições positivas relevantes sobre o total nacional vieram de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (4,4%), de celulose, papel e produtos de papel (11,6%), de máquinas e equipamentos (8,8%), de outros produtos químicos (3,3%), de indústrias extrativas (1,5%), de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (7,5%) e de produtos de metal (4,3%).